Review Pop C5, o smartphone barato com tela de 4,5 polegadas da Alcatel
Modelo tem boa aparência e custa menos de R$ 450, mas tropeça no desempenho e na qualidade da tela.
Modelo tem boa aparência e custa menos de R$ 450, mas tropeça no desempenho e na qualidade da tela.
Você está acostumado a encontrar aqui no Tecnoblog reviews de smartphones intermediários e top de linha. Mas também nos esforçamos para dar espaço a aparelhos de baixo custo. É por isso que eu topei a missão de analisar o Alcatel Onetouch Pop C5.
O modelo foi anunciado no segundo semestre de 2013, mas no Brasil, começou a ser comercializado oficialmente em julho deste ano. Trata-se de um smartphone dual-SIM com tela de 4,5 polegadas que tem justamente o preço como principal atrativo: é fácil encontrá-lo por menos de R$ 450.
Já adianto que não há milagres aqui. O desempenho do Pop C5 faz jus à sua faixa de preço. O importante é saber se há equilíbrio na relação custo-benefício ou se o aparelho entra para a categoria “barato que sai caro”. Confira as próximas linhas para descobrir.
No final do review, também há uma rápida avaliação do Alcatel Onetouch Pop C3.
Se você já usou um Galaxy S3 branco, talvez terá sensação de “déjà vu” ao pegar o Pop C5 pela primeira vez: o modelo lembra bastante o smartphone da Samsung com seus cantos arredondados e a borda plástica que imita metal.
Feio, portanto, o aparelho da Alcatel não é. Mas no fator praticidade, há algumas ressalvas. Para começar, o Pop C5 é pesadinho: com bateria, possui 157 gramas. Além disso, o dispositivo é mais volumoso que a média, apresentando 11,5 mm de espessura.
Como consequência, transportá-lo no bolso da calça acaba sendo uma tarefa um pouco incômoda. Já para manuseá-lo, felizmente, não há dificuldades: a traseira do Pop C5 é bastante curvada nas laterais, característica que facilita o seu encaixe nas mãos e faz o aparelho parecer mais fino.
A traseira é removível, mas desencaixá-la requer esforço. Há uma ranhura no canto direito inferior que ajuda neste trabalho, mas as travas da tampa atrapalham a sua remoção por serem muito rígidas.
Quando você finalmente conseguir tirá-la, encontrará ali as ranhuras para os chips SIM e o slot para cartão microSD. Também não é muito fácil encaixar estes itens.
Uma das características que a Alcatel destaca no Onetouch Pop C5 é a sua tela. De fato, 4,5 polegadas é um tamanho generoso para um modelo acessível. A resolução também é razoável para a categoria: 854×480 pixels com densidade de 218 ppi.
O problema é que a tela do Pop C5 é baseada em um painel TFT muito simples, que te obriga a olhar o aparelho bem de frente. A mínima variação de ângulo é suficiente para fazer a tela exibir imagens com perda de cores e nitidez. Visualizá-la em ambientes bem iluminados é quase impossível: a suscetibilidade a reflexos é muito grande.
Olhando da posição correta, a fidelidade de cores da tela do Pop C5 é boa – o componente exibe 16 milhões de tons -, mas o nível de contraste é ruim. Este aspecto faz com que visualizar fotos e vídeos no dispositivo não seja das experiências mais agradáveis.
O smartphone conta com sensor de luminosidade que ajusta automaticamente o brilho da tela. Pelo menos este recurso funciona bem.
A câmera traseira é outra característica que a Alcatel ressalta no Pop C5. O componente tem sensor de 5 megapixels e, ao contrário do que é comum em smartphones de baixo custo, vem com flash LED.
Mas não espere por ótimos registros. Quando muito, a qualidade das fotos do Pop C5 é razoável. É comum que as fotos saiam um tanto quanto escuras mesmo em ambientes bem iluminados.
Nestas circunstâncias, o flash ajuda. Mas o LED não consegue resolver outro problema facilmente perceptível: a perda de cores. Pode não haver muita diferença em tons mais claros, por outro lado, as cores mais fortes saem desbotadas.
Nas fotos noturnas, o nível de ruído está dentro do aceitável. A dificuldade está em acertar o foco. Nem o flash facilita esta tarefa.
O software destoa como a pior parte do Onetouch Pop C5. É comum o sistema apresentar travadinhas na transição entre telas ou o usuário ter que dar dois ou três toques na barra superior para fazer a área de notificações aparecer.
A Alcatel parece ter tentado amenizar estes problemas aplicando uma interface customizada simples. Até os efeitos são escassos. Mas não adiantou: a impressão de que o Pop C5 sofre para fazer o sistema operacional rodar é eminente.
Neste ponto, causa estranheza a versão da plataforma: o dispositivo sai de fábrica com o Android 4.2.2 (Jelly Bean). O Android 4.4 (KitKat) tem melhor gerenciamento de memória e, provavelmente, teria se dado melhor com os 512 MB de RAM do Pop C5.
Um chip dual-core MediaTek MT6572 de 1,3 GHz complementa as especificações do modelo. Junto com a GPU Mali-400, o processador consegue dar conta da maioria dos aplicativos. Apps de redes sociais, o player de áudio e o Chrome, por exemplo, rodaram sem engasgos.
No AnTuTu Benckmark 5, o Pop C5 obteve 11.973 pontos:
Outros aplicativos, como Google Maps, Netflix e Flipboard demoraram mais que o habitual para abrir, mas uma vez carregados, rodaram de maneira aceitável. De qualquer forma, mais 512 MB de RAM faria enorme diferença aqui.
Ainda falando em apps, o Pop C5 vem com uma quantidade razoável deles: Adobe Reader, conversor de moedas, Barcode Scanner, lanterna, pacote de escritório (Kingsoft Office), ferramenta de backup, marcador de notas e a maior parte dos aplicativos do Google estão presentes. Há também alguns jogos, mas a maioria é freemium ou requer pagamento para rodar.
Smartphones de entrada costumam oferecer TV. Com o Pop C5 não é diferente. Estranho foi o dispositivo testado só ter capturado sinal analógico. Descobri mais tarde que há versões do C5 com TV digital ou somente com analógica. Na hora da compra, é importante ficar atento a este detalhe, portanto.
Não espere poder instalar muita coisa no Pop C5. O aparelho conta com apenas 4 GB para armazenamento interno de dados, com cerca de 2,3 GB já ocupados. Cartão microSD é praticamente obrigatório aqui para armazenar músicas e fotos.
Convém mencionar que o Pop C5 vendido no Brasil é dual-SIM, como você já sabe, mas quando dois cartões estiverem em uso, somente o primeiro conseguirá acessar redes 3G.
O Alcatel Onetouch Pop C5 tem bateria de 1.800 mAh. E até que se dá bem com ela. Os testes sugeriram que a carga é suficiente para um dia inteiro longe da tomada, desde que o usuário não abuse de aplicativos exigentes.
No primeiro teste, o filme Os Outros (1h44min) foi executado a partir da Netflix com o brilho da tela no máximo. Ao final de quatro reproduções seguidas, a carga da bateria, que havia começado em 100%, estava em 44%.
O segundo teste envolveu reprodução de um vídeo em AVI de 1h42min, 1 hora de TV, 2 horas de rádio FM, 30 minutos de navegação web e chamada de 10 minutos. Estas tarefas fizeram a bateria passar de 100% para 64% de carga.
O tempo de recarga de 20% para 100% foi de 2h04min.
O Pop C5 causa a sensação de tentar ser o que não é: por fora, parece haver potencial ali, mas logo o usuário percebe que o modelo não é capaz de ir muito além do básico.
Não é que o aparelho da Alcatel seja ruim. Para a sua faixa de preço, o Pop C5 até que se sai bem. O problema é que há opções melhores. Sim, eu estou falando principalmente do Moto E.
É verdade que o Pop C5 vem com câmera frontal e LED na câmera traseira, itens que o modelo da Motorola não possui. Por outro lado, a tela do Moto E tem qualidade muito superior.
O Moto E também leva vantagem no desempenho. Com 1 GB de RAM e Android 4.4 KitKat, o modelo está longe de engasgar tanto quanto o smartphone da Alcatel.
No final das contas, a aquisição do Pop C5 se justifica nas seguintes situações: orçamento apertado, smartphone para ser usado como reserva ou secundário, necessidade de um aparelho barato com flash LED e câmera frontal. Para os demais casos, vá de Moto E, se puder gastar um pouquinho mais.
A Alcatel também nos enviou para testes o Onetouch Pop C3. O modelo repete quase todos os itens de hardware de seu “irmão maior”. As principais diferenças estão em suas dimensões – 122 x 64,4 x 11,95 mm – e no display.
O Pop C3 tem tela TFT de 4 polegadas com resolução de 800×480 pixels, mas escorrega na quantidade de cores suportada: 256 mil. Relembrando, o Pop C5 é capaz de exibir 16 milhões de cores. Assim como neste último, seu nível de contraste não é dos melhores.
A tela do Pop C3 também parece ter pior construção: ao tocá-la, o usuário chega a sentir a superfície afundar, ainda que levemente.
No desempenho, o Pop C3 se saiu melhor. Notei poucas engasgadas, menos que no Pop C5. Mas aqui vale uma observação: o Android instalado (também 4.2.2.) no aparelho testado é uma adaptação feita para a TIM (o que não impede o uso do aparelho com chips de outras operadoras, é claro). O ideal seria testá-lo com a versão padrão do dispositivo.
O modelo também conta com câmera traseira de 5 megapixels, só que sem LED. A qualidade do sensor se mostrou pior em comparação com a câmera do C5. As imagens apresentam um incômodo efeito de “fumaça” em ambientes bem iluminados; com pouca luz, os níveis de ruídos são gritantes.
A câmera frontal também está lá. Curiosamente, a Alcatel a chama de “selfie cam”, mas o componente não tem nada de especial, sendo capaz de gerar apenas imagens com resolução VGA.
Como consequência, o Pop C3 consegue ser ainda mais barato. Seu preço sugerido é de R$ 350. Só não é tão fácil encontrá-lo à venda por aí: pelo o que eu pude constatar, o modelo está disponível apenas em lojas da TIM.