Uma olhada de perto no Moto G100, que de Moto G só tem o nome
Snapdragon 870, 12 GB de RAM, 256 GB de espaço e tela Full HD+ de 90 Hz são destaques do Moto G100
Snapdragon 870, 12 GB de RAM, 256 GB de espaço e tela Full HD+ de 90 Hz são destaques do Moto G100
Snapdragon 870, 12 GB de RAM, 256 GB de espaço e tela de 90 Hz. Poderia ser mais um celular topo de linha da Motorola, mas a fabricante decidiu colocar esse hardware dentro de um Moto G. Batizado de Moto G100, o novo smartphone da marca chega ao Brasil para quem quer muita potência sem pagar por acabamento premium ou câmeras mirabolantes.
O Moto G mais potente (e mais caro) da história tem preço de lançamento de R$ 3.999, o que é bem salgado para um Moto G, mas é menos do que outras fabricantes cobram por smartphones com números inferiores. E o que mais ele tem de bom? Eu já estou com o Moto G100 em mãos e conto minhas primeiras impressões a seguir.
O Moto G100 é o primeiro Moto G com um processador da série 800. O Snapdragon 870 é uma versão turbinada do Snapdragon 865 Plus e fica só um degrau abaixo do Snapdragon 888, o chip mais potente da Qualcomm. Toda essa sopa de números significa dizer que o Moto G100 passa a ser o smartphone com o maior desempenho na linha da Motorola, acima até do Motorola Edge+.
Além do chip potente, o Moto G100 será vendido no Brasil com a melhor combinação de hardware possível: enquanto outros países receberão versões com 6 ou 8 GB de RAM, aqui só teremos o aparelho com 12 GB. E a tela também é fora de série para um Moto G: apesar de o painel LCD de 6,7 polegadas não impressionar pelo contraste, ele gera uma boa sensação de fluidez graças à taxa de atualização de 90 Hz.
Em conversa com o Thiago Masuchette, head de produtos da Motorola, ele me disse que a ideia do Moto G100 é usar a força do nome Moto G, que é considerado uma “fortaleza” dentro da empresa, para surpreender com um hardware muito superior ao esperado. De quebra, a Motorola aproveita para mudar a nomenclatura da linha, que passa a ser baseada em números em vez de sobrenomes como Play e Plus: o G10 é o mais simples, o G30 fica no meio do caminho e o G100 é o mais completo.
A Motorola ainda trouxe novidades no software com o Ready For, que lembra bastante o Samsung DeX: com a ajuda de um cabo USB-C para HDMI, você pode conectar o Moto G100 a um monitor ou TV e usar o celular como um desktop, com uma interface de janelas flutuantes em uma área de trabalho. É possível conectar mouse, teclado e joystick, além de usar a própria tela do smartphone como um trackpad.
Eu gostei do Ready For por iniciar de forma quase instantânea e por deixar claro para o usuário quais são as possibilidades, desde transformar sua TV antiga em smart TV, rodando Netflix, Spotify e qualquer outro aplicativo, até fazer chamadas em vídeo usando a câmera traseira. Mas fica claro que o recurso ainda precisa melhorar: o Amazon Prime Video, por exemplo, mostrou um erro de DRM nos meus testes e não conseguiu reproduzir nada via HDMI.
Apesar de trazer um processador muito potente, alguns pontos deixam claro que a Motorola economizou para trazer o Moto G100 para uma faixa de preço menos salgada. Embora não se possa dizer que R$ 3.999 seja um valor acessível, é fato que é muito abaixo dos R$ 6.000 ou R$ 7.000 esperados no lançamento para um celular com esse nível de hardware.
O primeiro ponto de economia está na carcaça: a versão azul com nuances de roxo ficou muito bonita, mas não existe nenhuma sofisticação nos materiais, já que o aparelho é todo feito de plástico e não traz nenhum detalhe diferente no design, como as bordas curvadas do Edge+, que tendem a encarecer o produto. A resistência contra água, comum no segmento premium, também ficou de lado.
Falando em Edge+, a Motorola não adotou nem uma tela OLED e nem um leitor de impressões digitais sob o display; o sensor biométrico fica no botão liga/desliga. E a câmera não traz números impressionantes como os 108 megapixels do Edge+, nem uma lente teleobjetiva para tirar fotos com zoom óptico, componente que normalmente fica restrito aos smartphones mais caros.
Além disso, o Moto G100 tem garantia de somente uma atualização de versão de Android, contra duas atualizações dos modelos mais caros, como o Edge+. Eu destaco isso de forma particularmente negativa porque a Motorola já foi uma referência de fabricante que mantinha o suporte aos seus aparelhos por um período acima da média, especialmente na era Google, mas deixou essa força de lado nos lançamentos recentes.
No final das contas, a Motorola segue uma receita que algumas fabricantes, especialmente as chinesas, têm feito com sucesso, lançando o celular mais potente possível pelo menor preço que puder. O Moto G100 pode ser a alternativa que faltava no mercado brasileiro para quem queria um motor grande sem ter que pagar um extra por rodas exclusivas ou bancos de couro do sul da Alemanha.
Nossa análise completa do Moto G100 será publicada nas próximas semanas. O que você quer saber sobre ele?