Review Samsung Galaxy S22: incrementos pontuais
Galaxy S22 é um Android high-end para quem busca potência num corpo reduzido, mas faltam upgrades para quem está no S21
Galaxy S22 é um Android high-end para quem busca potência num corpo reduzido, mas faltam upgrades para quem está no S21
O Galaxy S22 Ultra fez muito barulho durante a renovação da linha high-end da Samsung. Isso fez com que os demais integrantes da família perdessem um pouco de destaque — o Galaxy S22 é um deles. Como você deve imaginar, não houve um salto largo em relação ao S21, mas isso não significa que não temos um Android potente, afinal o S22 embala o poderoso Snapdragon 8 Gen 1, tem um conjunto fotográfico com boas câmeras e construção sólida.
Com um formato mais compacto e robusto, o aparelho tem tudo para atrair quem não simpatiza com as 6,8 polegadas do Ultra. Além disso, não podemos esquecer do custo-benefício, que deve ficar atraente nos próximos meses. Para entender a proposta, eu usei o Galaxy S22 como smartphone principal e compartilho a minha experiência com ele neste review.
O Tecnoblog é um veículo jornalístico independente que ajuda as pessoas a tomarem sua próxima decisão de compra desde 2005. Nossas análises não têm intenção publicitária, por isso ressaltam os pontos positivos e negativos de cada produto. Nenhuma empresa pagou, revisou ou teve acesso antecipado a este conteúdo.
O Galaxy S22 foi fornecido pela Samsung por empréstimo e será devolvido à empresa após os testes. Para mais informações, acesse tecnoblog.net/etica.
Visualmente, o Galaxy S22 é muito parecido com o antecessor. Foram mantidos o módulo das câmeras estilo farol e a traseira lisa com um flash isolado. Além de estar mais arredondado, o S22 se diferencia pelo acabamento.
A Samsung abandonou o plástico fosco do S21 e passou a trabalhar com vidro na geração atual, decisão que eu e muitos consumidores classificam como acertada. Celular topo de linha precisa de um design condizente com a categoria. O vidro fosco do modelo branco, aqui testado, segue esse raciocínio e o módulo prateado deixou o aparelho com uma pegada mais premium.
Em resistência e proteção, ele oferece aquilo que já esperamos: para não ganhar marcas indesejadas ao se espatifar no chão, o S22 aposta na proteção Gorilla Glass Victus+, e o contato rápido com líquidos e poeira não deve prejudicá-lo, uma vez que a certificação IP68 continua por aqui.
Comparado aos principais rivais Android, não dá para não dizer que o S22 é o mais atraente em termos de construção. Analisemos o Xiaomi 12, aparelho que, na minha visão, tem um belíssimo design, porém pisa na bola por não ter IP68. Já o Motorola Edge 30 Pro tem um visual mais simplista e, da mesma forma que o Xiaomi, não oferece nenhuma proteção IP contra água e à poeira.
A boa pegada do S22 é outro ponto que eu queria destacar neste review, e o principal provedor disso é a tela de 6,1 polegadas, mesmo número do iPhone 13. Com celulares cada vez maiores, chegando perto de 7 polegadas, o S22 é uma bela opção para quem precisa de um Android compacto. Ele cabe facilmente na mão e a fluidez da tela, com a taxa de 120 Hz, de certa forma, contribui para essa experiência favorável.
O painel empregado é o famoso AMOLED sem nenhuma surpresa negativa. O brilho intenso, que atinge até 1.300 nits, o preto puro e os contrastes são destaques da tecnologia oferecida. A resolução é Full HD (2.340 x 1.080 pixels), por consequência, a tela é capaz de exibir belas imagens e ótima definição em qualquer tipo de conteúdo reproduzido.
No som, os alto-falantes duplos têm uma boa atuação, mas nos meus testes, quando comparado aos componentes do iPhone 13 Mini, os falantes do S22 me pareceram mais estridentes em volumes elevados, enquanto o aparelho da Apple entregava uma definição melhor. Apesar disso, o desempenho sonoro fornecido pela Samsung é satisfatório.
Se você acompanhou o review do Galaxy S22+ e do S22 Ultra aqui no Tecnoblog, então já sabe que a Samsung é nota dez no quesito software. A empresa vem fazendo um trabalho tão bem feito que vale reforçar isso a cada análise de Galaxy. Quem sabe assim as demais fabricantes não tentam adotar uma política parecida? Dito isso, o S22 tem quatro anos de atualizações de software garantidas — ele será atualizado até o Android 16 — e conta com cinco anos de updates de segurança.
Nós testamos a unidade com Android 12 que opera junto da One UI 4.1. Não houve grandes modificações de uma geração para a outra, mas a interface continua me agradando em razão da estabilidade, elementos bem posicionados e pela personalização, que ganhou mais espaço no ecossistema Galaxy com o apoio do Android 12.
Recursos avançados como o DeX, função que “transforma” o S22 em notebook; a integração com o Windows para compartilhamento de arquivos e leitura de notificações; e o emparelhamento facilitado com outros dispositivos da empresa continuam disponíveis.
Para ficar perfeito, só faltou mesmo o suporte à caneta S Pen, restrita ao S22 Ultra. Por sua vez, pagamento por aproximação também está disponível, através do Samsung Pay, que recentemente ganhou suporte ao C6 Bank e ao Nubank, depois de quase seis anos de espera.
Lado a lado, a ficha técnica do S22 é muito parecida com a do S21, e a grande diferença entre eles está no agrupamento fotográfico. Depois de uns bons anos trabalhando com uma lente principal de 12 MP — no S10, S20 e no S21 — os sul-coreanos decidiram avançar. Uma principal de 50 megapixels, ultrawide de 12 megapixels com ângulo de visão de 120 graus e uma telefoto de 10 megapixels formam o sistema de câmeras do mais recente flagship da Samsung.
Com o Snapdragon 8 Gen 1 como aliado, o S22, assim como o Xiaomi 12, pode gravar em 8K a 24 fps e com suporte ao HDR10+, para otimização do contraste, em termos práticos.
A qualidade em fotografia permanece agradável e a Samsung diz que o novo sensor é 23% maior que o do S21 e do S21+. Como resultado, o S22 é capaz de capturar mais luz e projetar imagens com melhor definição. A lente principal me entregou registros com estas características: há um brilho consistente, cores fortes em qualquer situação e uma bela profundidade de campo.
A ultrawide desse aparelho me deixou satisfeito por manter os pontos fortes da câmera de 50 megapixels, especialmente em dias ensolarados, em que a saturação, a textura e os contrastes se mostram sólidos.
E não foi só a lente principal que sofreu alterações. A telefoto passou de 64 para 10 megapixels, mas, desta vez, a Samsung matou o zoom híbrido de 3x e trouxe o zoom óptico de 3x, o que resulta em imagens de maior qualidade; mesmo ampliadas, a nitidez não é sacrificada. Ainda é possível se divertir com o zoom digital de até 30 vezes, mas não se empolgue achando que o resultado se aproxima do S22 Ultra.
A tecnologia Nightography certamente marca a geração atual de flagships da empresa. É uma boa estratégia, visto que a Apple aprimorou os registros em baixa luz na linha iPhone 13. E o modelo sul-coreano aqui não fica para trás: fotos detalhadas, naturais e bem iluminadas podem ser obtidas em praticamente todas as câmeras.
O Galaxy S22 Ultra tem uma lente frontal de 40 MP, mas o S22 tem resolução de 10 megapixels. Ela gera selfies com boa definição, desfoque preciso e coloração satisfatória, já que é bem natural.
Quando comparada a do iPhone 13 Mini, eu confesso que as duas propostas me agradam. Ambas marcam bastante o rosto da pessoa, sendo possível até notar algumas imperfeições. Enquanto o software do iPhone eleva o brilho e a saturação, a Samsung pisa mais no freio nesses dois quesitos, mas sem sacrificar a qualidade da selfie.
A fabricante surpreendeu todo mundo ao abandonar o seu chip próprio para oferecer o Snapdragon 8 Gen 1 no Brasil. Não é novidade para ninguém que muitas pessoas preferem as plataformas da Qualcomm. Seguir o que seus consumidores querem, a meu ver, parece ser uma escolha mais do que acertada. O 8 Gen 1 é o processador mais poderoso que você vai encontrar no mundo Android atualmente, e alguns aparelhos equipados com ele — e que já passaram pelas minhas mãos — atuaram muito bem.
Por se tratar de um high-end, o chipset da Qualcomm desempenha com muita eficiência. Por isso, apesar do aquecimento em algumas tarefas, o Galaxy S22 vai operar com bastante desenvoltura no dia a dia. O aparelho é muito ágil, não apresenta travamentos constantes e os aplicativos abrem rapidamente. Nós testamos a versão com 8 GB de RAM e 128 GB de espaço interno.
Para quem gosta de jogar no celular, Asphalt 9, sempre com os gráficos no máximo, rodou sem nenhuma limitação perceptível, assim como em League of Legends: Wild Rift.
Sobre o aquecimento comentado anteriormente, o processador desse telefone tende a gerar um calor considerável na região das câmeras. Eu, porém, vejo que isso não será um grande problema para usuários “comuns”, mas quem curte games, talvez sinta um incômodo maior após alguns minutos de jogatina.
A Samsung enxugou as dimensões do Galaxy S22, por consequência, a bateria também sofreu cortes. As 4.000 mAh do S21, que já não eram lá aquelas coisas, viraram 3.700 mAh na geração atual. A Samsung pode justificar isso dizendo que o novo processador entrega uma melhor eficiência energética, porém, no dia a dia, o desempenho é mediano.
Nós deixamos o brilho da tela em 100% e ativamos a taxa de atualização de 120 Hz. Depois, consumimos duas horas de streaming de vídeo, uma hora de navegação nas redes sociais e 30 minutos de Asphalt 9 com os detalhes elevados, que foram suficientes para o S22 consumidor 39% — bastante coisa.
O iPhone 13 é uma boa opção para quem cogita sair do ecossistema Android. Em relação ao Galaxy S22, ele fica devendo lente telefoto e o software da Apple (iOS) é menos personalizável, o que gera muitas críticas. Apesar disso, eu gosto da política de atualizações da Maçã, as câmeras tiram belas fotos e a integração com os demais produtos da marca é admirável.
O Xiaomi 12 tem especificações semelhantes às do Galaxy S22. A chinesa fez um bom trabalho na parte de design e se destaca por entregar um carregador veloz (67 watts) e uma bateria potente de 5.000 mAh, que o S22 nem chega perto. No entanto, a Xiaomi pisa na bola ao não oferecer certificação IP68 contra água e à poeira.
O Motorola Edge 30 Pro tinha tudo para ser um grande rival do sul-coreano aqui analisado. No entanto, ele será atualizado até o Android 14, enquanto o S22 receberá o 15 e o 16 (!). O acabamento do Edge 30 Pro me pareceu mais simples nas minhas mãos e, assim como a Xiaomi, a Motorola ignorou a proteção IP.
Em termos de atualizações, o Galaxy S22 me lembra o iPhone 13. Esses são ótimos aparelhos, mas ambos não trazem avanços matadores que justifiquem a troca de uma geração para a outra. A Samsung realmente trabalhou apenas em incrementos pontuais que são interessantes para uma parcela dos consumidores. Eu vejo que o S22 vale a pena e é um bom dispositivo para quem está com um Galaxy topo de linha antigo e para aquela pessoa que busca potência num corpo reduzido.
Eu, que não sou fã de telefones grandes, gostei do novo aparelho por ficar confortavelmente na mão. Ele ainda é rápido, veloz, completo em conectividade e tem o melhor software da atualidade, quando analisamos o mundo Android. Apesar desses destaques, seria interessante termos avanços em autonomia, afinal seu principal concorrente, o iPhone 13, apresentou melhorias nesse sentido quando comparado ao antecessor.
A mesma configuração a qual tivemos acesso sai por R$ 5.399, que é o valor que tanto a Samsung como o varejo têm praticado enquanto este review vai ao ar. Levando em consideração esses upgrades mais pontuais, eu não desembolsaria tudo isso. Entretanto, quando esse valor ficar entre R$ 4 e 5 mil, o Galaxy S22 pode fazer muito sentido.
Modelo | Galaxy S22 |
Tela | 6,1” Dynamic AMOLED 2X, Full HD, Infinity-O-Display, 10 – 120 Hz, Gorilla Glass Victus+ |
Processador | Qualcomm Snapdragon 8 Gen 1 |
RAM | 8 GB |
Armazenamento | 128 ou 256 GB |
Câmera frontal | 10 MP f/2,2 |
Câmera traseira principal | 50 MP, f/1,8 |
Câmera traseira ultrawide | 12 MP, 120°, f/2,2 |
Câmera traseira teleobjetiva | 10 MP, f/2,4 |
Bateria | 3.700 mAh |
Conectividade | 5G, Wi-Fi 6, Bluetooth 5.2, NFC |
Sistema operacional | Android 12 com One UI 4.1 |
Dimensões | 70,6 x 146 x 7,6 mm |
Peso | 168 gramas |
Cores | Branco, rose gold, preto e verde |