Facebook muda regras para políticos e mantém Trump bloqueado até 2023
Facebook vai aplicar regras de bullying a contas de políticos e diz que Trump pode ser readmitido na rede um ano antes da eleição
Facebook vai aplicar regras de bullying a contas de políticos e diz que Trump pode ser readmitido na rede um ano antes da eleição
O Facebook decidiu que vai acabar com a política de uso especial para contas de políticos – o que gerou muita dor de cabeça à empresa, à medida em o discurso de autoridades passou a se tornar mais polarizado. Além de mudar suas regras, a big tech está analisando os riscos sociais do retorno do ex-presidente Donald Trump, que pode ser readmitido na plataforma no dia 7 de janeiro de 2023.
Tanto a mudança de tratamento para contas de autoridades políticas quanto a possível readmissão de Donald Trump foram anunciados pelo Facebook nessa sexta-feira (4). Após confirmar a suspensão de Trump no mês passado, o Comitê de Supervisão – um conselho fundado pela rede social para revisar suas punições mais espinhentas – criticou o tratamento privilegiado dado aos políticos, dizendo que “as mesmas regras deveriam valer para todos”.
Com a adoção de tratamento igual para contas comuns ou de autoridades públicas, o Facebook vai mudar um aspecto importante de sua política de infração: agora, a rede vai avisar quando usuários recebem uma advertência que pode resultar em suspensão. Alguns dos funcionários da empresa já atuaram para mitigar esse tipo de punição a políticos.
A mudança sopra na direção contrária de como o Facebook geralmente se posiciona: a rede é contra banir contas ou conteúdos de políticos, alegando que preserva a liberdade de expressão e que as publicações são relevantes pelo “fator notícia”. Há, inclusive, uma lista dos usuários especiais que não estão sujeitos à checagem de fatos aplicada em pessoas comuns.
Sob as novas regras, contas de políticos ainda estarão isentas de terem as informações em seus posts verificadas por jornalistas, o que ocorre com contas comuns. O tratamento igual se aplicará nos casos em que uma autoridade violar outras regras de moderação, como por exemplo cometer bullying.
Em maio, o Comitê de Supervisão deu aval à decisão do Facebook de suspender Donald Trump da plataforma. O conselho afirmou que Trump violou regras de moderação da rede social e também do Instagram com duas postagens feitas no dia 6 de janeiro. Dentre elas, o ex-presidente agradece apoiadores por invadirem o Capitólio: “Nós amamos vocês. Vocês são muito especiais”.
Mas o Facebook diz que pode aceitar o retorno de Trump em 2023 – sinal verde para que o republicano volte à plataforma no “modo campanha” para as eleições de 2024.
Em nota oficial, o vice-presidente de assuntos globais do Facebook, Nick Clegg, diz que a empresa vai consultar especialistas para saber se o risco público provocado por Trump diminuiu, antes de liberar sua conta: “Vamos avaliar fatores externos, incluindo ocasiões de violência, dificuldade de convivência pacífica e outros indicadores de agitação civil. Se determinarmos que ainda há risco sério para a segurança pública, vamos estender o banimento por um determinado período de tempo e vamos continuar a reavaliar o caso até que esse risco tenha acabado”.
Portanto, parece que o Facebook adiou mais uma vez uma decisão que poderia ser tanto polêmica quanto histórica; não só para o próprio padrão de moderação, mas para grandes empresas de tecnologia frequentadas por políticos.