Netflix, Disney+, Globoplay… Todos os apps de streaming estão piores

Consumidores tiveram de se acostumar com a exibição de publicidade e o fim do compartilhamento de senhas.

Felipe Freitas
Por • São José, SC
• Atualizado hoje às 13:14

Serviços de streaming como Netflix, Disney+ e Max foram alvos de críticas de consumidores ao longo de 2024. Num ano difícil para a imagem das empresas deste setor, o principal destaque é o fim do compartilhamento de senhas. Os serviços da Disney e da Warner viram que a medida trouxe sucesso financeiro para a Netflix e passaram a também adotá-la.

Além disso, os planos básicos com publicidade embutida se tornaram habituais. Até o mesmo o brasileiríssimo Globoplay adotou o formato, para desespero de quem entende que a assinatura mensal serviria para evitar certos inconvenientes. Nas linhas a seguir, lembre os principais fatos do streaming em 2024.

O fim do compartilhamento de senhas

Se no início a decisão da Netflix de combater o compartilhamento de senhas derrubou o número de assinantes, a apresentação do resultado financeiro do primeiro trimestre de 2024 mostrou que a empresa estava certa: novos consumidores passaram a pagar a assinatura mensal. Tanto que a Netflix teve lucro de forma recorrente.

Provavelmente vendo o resultado da rival, Max e Disney+ seguiram a ideia e apresentaram soluções para acabar com o compartilhamento de senhas. As empresas anunciaram no início de 2024 que passariam a combater a prática, mas as ações só se iniciaram no segundo semestre.

Primeiro foi o Disney+, que passou a proibir a prática em junho. Os brasileiros ainda tiveram alguns meses de sossego, já que a aplicação da nova regra entrou em vigor por aqui apenas em novembro, quando a Disney começou a enviar comunicados por email.

A Max prometeu avisar os clientes sobre a proibição até o fim de 2024. No entanto, ainda não iniciou a caçada aos usuários que fazem de tudo para burlar a assinatura. Agora, a empresa tem planos de adotar as primeiras medidas em 2025, segundo uma fala do diretor financeiro Gunnar Wiendenfels.

O Disney+ e a Max não revelaram os detalhes do mecanismo que pega os consumidores nestas condições. Contudo, existe a suspeita de que repliquem modelo parecido com o da Netflix: em que a residência oficial é identificada a partir do endereço de cobrança, enquanto os demais acessos são monitorados e eventualmente cobrados. Viagens são permitidas.

Propaganda por todos os lados

2024 também foi o ano no qual os streamings passaram a apostar em pacotes com a exibição de anúncios. A maior aposta, sem dúvidas, foi da Netflix: a pioneira do ramo encerrou o plano básico no Brasil e migrou todos os assinantes desse serviço para a assinatura básica com anúncios.

Por volta de 70 milhões de clientes no mundo estão neste plano, que custa R$ 20,90 por mês no Brasil. Sai muito mais barato do que os R$ 44,90 cobrados pelo plano intermediário.

O Globoplay entrou na onda e também oficializou um plano básico com publicidade. O Grupo Globo aproveitou para explicar que, com a mudança de portfólio, as demais combinações de acesso premium não trazem publicidade alguma (exceto aquela da TV ao vivo).

Tudo isso só reforça a tese de que o bundle dos bundles é inevitável, conforme explicamos num episódio do Tecnocast.

Meli+ sofre com mudanças no Disney+

O serviço premium do Mercado Livre, chamado de Meli+, sofreu com as mudanças nos streamings da Disney. Até então, era possível pagar um valor bastante atrativo para ter acesso ao Disney+ e com o Star+. A unificação dos catálogos deteriou a experiência dos assinantes da modalidade Meli+ Total, por exemplo.

Agora, o acesso prevê exibição de publicidade e a visualização de apenas dois canais de esportes: o ESPN e o ESPN 3. Já o preço subiu 56%, para R$ 27,99 por mês.

O sucesso do Crunchyroll

O Crunchyroll, streaming dedicado para animes, esteve mais uma vez presente na CCXP. A plataforma trouxe para o Brasil o seu CEO Rahul Purini e a diretora de operações Ghita Rebbapragada. Em entrevista ao Estadão, Purini destacou o investimento do Crunchyroll em agilizar a disponibilidade dos animes no Brasil.

30 minutos após a transmissão de um anime no Japão, o episódio é liberado aqui com legendas (desde que a empresa tenha o direito do anime). Em dois a quatro dias a versão dublada é lançada. A atenção especial ao Brasil é reflexo da presença brasileira na plataforma: o país é o segundo maior em número de assinantes do Crunchyroll e terceiro maior consumidor.

Canais FAST crescem no Brasil

Os canais FAST (Free Ad-Supported Television), canais lineares gratuitos disponibilizados em smart TVs, estão mais populares no Brasil. Esses canais são disponibilizados em plataformas como Samsung TV Plus, LG Channels e Pluto TV. Em comunicado à imprensa no mês de dezembro, a Samsung revelou que a sua plataforma passou da marca de 88 milhões de usuários ativos por mês — crescimento de 50% quando comparado com 2023.

A Globo também entrou no negócio e lançou os seguintes canais: Malhação FAST, DPA FAST, Viva FAST, Viva 70 FAST, GE FAST e Receitas FAST. Esses canais podem ser assistidos gratuitamente através da Globoplay. Basta criar uma conta no streaming. O SBT é outra que está investindo nos canais FAST através do +SBT. E sim, tem Chaves no +SBT — são apenas 10 episódios, mas tem.

Relacionados

Escrito por

Felipe Freitas

Felipe Freitas

Repórter

Felipe Freitas é jornalista graduado pela UFSC, interessado em tecnologia e suas aplicações para um mundo melhor. Na cobertura tech desde 2021 e micreiro desde 1998, quando seu pai trouxe um PC para casa pela primeira vez. Passou pelo Adrenaline/Mundo Conectado. Participou da confecção de reviews de smartphones e outros aparelhos.