Claro é multada em R$ 800 mil por cortar internet 3G e 4G

Claro violou Código de Defesa do Consumidor ao bloquear internet móvel; Ministério da Justiça também condenou TIM e Vivo

Lucas Braga
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• Atualizado há 6 meses
Loja da Claro

A Claro foi condenada a pagar R$ 800 mil por violar o Código de Defesa do Consumidor e prejudicar clientes de todo o Brasil com corte do acesso à internet móvel após o término da franquia. O processo foi movido pelo Departamento de Proteção e Defesa do Consumidor, vinculado ao Ministério da Justiça e Segurança Pública, que também autuou TIM e Vivo.

O processo se arrasta desde fevereiro de 2015, quando o Ministério da Justiça notificou as operadoras de telefonia para prestarem esclarecimentos sobre o corte do acesso à internet móvel após o término da franquia de dados. A Claro se defendeu afirmando que o bloqueio nos planos móveis foi necessário por conta do “exponencial tráfego de internet móvel”, o que tornou a infraestrutura “insustentável”.

A nota técnica da Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon) conclui que há pouca (senão nenhuma) evidência de que a limitação das franquias trariam melhoria da qualidade de serviço ou infraestrutura, e que a Claro não demonstrou alternativas para melhorias do serviço, como investimento em redes (incluindo construção de hotspots Wi-Fi) ou soluções para gestão do espectro.

Por fim, a entidade concluiu que a adoção do bloqueio de internet foi uma escolha de modelo de precificação do serviço e não por problemas técnicos. Caso a operadora decida não recorrer do processo, receberá desconto de 25% no valor da multa, que passa a custar R$ 600 mil. Os valores serão revertidos para o Fundo de Defesa dos Direitos Difusos.

TIM e Vivo também foram multadas

O Ministério da Justiça e Segurança Pública também multou TIM e Vivo. Os motivos são os mesmos, e o valor devido também é de R$ 800 mil. Os processos indicam violação do dever de informação e prática de publicidade enganosa.

No caso da Vivo, a Senacon analisou anúncios de um plano controle que exaltavam a palavra “ilimitado” em dez localizações distintas. Já a TIM foi apontada por não comunicar aos consumidores sobre as alterações no pacote de serviço e provocar alteração unilateral do contrato.

Embora (ainda) não tenha sido multada, a Oi também passa pelo mesmo processo, mas os documentos estão restritos na plataforma do Ministério da Justiça.

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Lucas Braga

Lucas Braga

Repórter especializado em telecom

Lucas Braga é analista de sistemas que flerta seriamente com o jornalismo de tecnologia. Com mais de 10 anos de experiência na cobertura de telecomunicações, lida com assuntos que envolvem as principais operadoras do Brasil e entidades regulatórias. Seu gosto por viagens o tornou especialista em acumular milhas aéreas.

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