A busca do Google com IA generativa agora é oficial

Após fase de testes, Google inicia exibição de resultados de buscas gerados por inteligência artificial, começando pelos Estados Unidos

Emerson Alecrim
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Ilustração com uma lupa sobre uma caixa de busca. Atrás estão alguns robôs.
Google cogita cobrar de usuários por buscas com IA (imagem: Vitor Pádua/Tecnoblog)

A inteligência artificial (IA) generativa começa a se tornar um recurso oficial nas buscas do Google. Após um período de testes realizados via programa Search Labs, a companhia decidiu incorporar o Gemini no buscador para gerar resultados com “visões gerais” sobre o assunto pesquisado. O anúncio foi feito no Google I/O 2024.

Google com IA generativa

De acordo com o Google, a integração com um modelo do Gemini específico para pesquisas permitirá que o usuário faça uma busca mais complexa que, no buscador tradicional, exigiria várias etapas para ser concluída.

A própria companhia dá um exemplo. Suponha que você esteja procurando por um estúdio de ioga ou pilates que:

  • seja popular entre os moradores da região;
  • esteja localizado em uma rota que você faz diariamente;
  • ofereça descontos para novos clientes.

No buscador tradicional, provavelmente você teria que pesquisar essas nuances de modo separado para encontrar informações que satisfaçam a todas elas.

Mas, no buscador integrado ao Gemini, você pode pesquisar todos esses parâmetros digitando uma única frase, como: “encontre os melhores estúdios de ioga ou pilates em Boston e mostre detalhes sobre suas promoções para novos clientes e o tempo de caminhada desde Beacon Hill”.

Liz Reid, chefe de pesquisa do Google, mostrando a busca com IA (imagem: reprodução/Google)
Liz Reid, chefe de pesquisa do Google, mostrando a busca com IA (imagem: reprodução/Google)

O buscador vai te ajudar a criar planos

Além de gerar respostas com auxílio de IA, o Google com Gemini terá funções complementares. Entre elas está o modo que te ajuda a montar planos.

Novamente, o Google dá um exemplo. Suponha que você queira planejar uma rotina de alimentação para um período de folgas. Então você pode digitar no buscador frases como “crie um plano de refeições de 3 dias para um grupo de pessoas que seja fácil de preparar”.

Na sequência, o Google apresentará um plano com várias receitas para o período. E elas poderão ser ajustadas. Você poderá pedir para que o buscador mostre somente receitas vegetarianas nos jantares, por exemplo.

Google com IA criando planos sob medida (imagem: reprodução/Google)
Google com IA criando planos sob medida (imagem: reprodução/Google)

Outros recursos baseados em IA

Os demais recursos da nova fase do buscador do Google incluem:

  • Página de resultados organizada por IA: o buscador será capaz de usar IA generativa para fazer um “brainstorming” com você e, com isso, gerar uma página de resultados organizada em categorias, títulos e outros recursos visuais para te ajudar a explorar um assunto amplo;
  • Buscas baseadas em vídeo: você poderá gravar um vídeo e enviá-lo ao buscador para obter ajuda com um problema complexo. Exemplo: você poderá gravar um vídeo de um equipamento que tem uma peça quebrada para saber qual o nome dela e em quais lojas encontrá-la.
Busca com vídeo no Google (imagem: reprodução/Google)
Busca com vídeo no Google (imagem: reprodução/Google)

Para quem e para quando?

A integração do Gemini para as visões gerais de IA (AI Overviews) começarão a ser liberadas nesta terça-feira (14) para usuários do Google nos Estados Unidos. A companhia informou que a novidade será liberada para mais países em breve, mais ainda não especificou quais.

O plano do Google é fazer mais de 1 bilhão de pessoas terem acesso às buscas com IA generativa até o fim de 2024.

A função de planejamento está em fase inicial e, por isso, funciona somente no Search Labs em inglês neste momento, também para usuários nos Estados Unidos.

Já as páginas de resultados organizadas por IA começarão a ser exibidas em breve para buscas nos Estados Unidos envolvendo restaurantes e receitas, chegando a categorias como filmes, músicas, livros e hotéis em uma fase posterior.

Por fim, a pesquisa auxiliada por vídeo será liberada em breve no Search Labs para usuários nos Estados Unidos, devendo chegar a outras regiões com o passar do tempo.

Momento crucial para o Google

A pesquisa “turbinada” por inteligência artificial é uma das maiores mudanças que o buscador já sofreu. Com a IA generativa aparecendo em cada vez mais serviços e softwares, o Google se viu na obrigação de acompanhar esse movimento para não perder espaço para ferramentas como o ChatGPT.

Mas esse é apenas o começo da jornada. O Google ainda precisa lidar com outras questões, a exemplo da possibilidade de a IA generativa causar uma redução drástica nas visitas a sites e, com isso, impactar as receitas que a companhia gera com anúncios exibidos nessas páginas.

Sobre esse aspecto, parece haver uma tentativa de tranquilizar os editores de sites. O Google ressalta que a IA generativa levará os usuários a visitar mais sites: “vimos que os links incluídos nas visões gerais de IA têm mais cliques do que se a página tivesse aparecido em uma lista tradicional de resultados para aquela busca”.

Entre desconfianças e expectativas, os trabalhos continuam. Além da busca com visões gerais ou AI Overviews, o Google anunciou várias novidades para o Gemini, com destaque para a nova versão Flash da tecnologia.

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