A Meta diz “não”, mas publicitários estão doidinhos para pagar anúncios no Threads

Histórico positivo das agências de publicidade com anúncios no Facebook e Instagram desperta interesse das companhias em pagar por ads na nova rede social

Felipe Freitas
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Prints de aplicativo em que é possível ver postagens das pessoas e as reações dos leitores
Threads ainda não tem anúncios, mas não porque as empresas não querem anunciar (Imagem: Divulgação/Meta e Vitor Pádua/Tecnoblog)

Algumas agências de publicidade e empresas nos Estados Unidos estão “sedentas” para começar a anunciar no Threads, nova rede social da Meta. Por causa do bom desempenho das propagandas no Facebook e Instagram, essas companhias veem com “ótimos” olhos lançar anúncios na nova plataforma. Porém, algumas coisas precisam mudar para esse dinheiro entrar no “caixinha” da big tech.

Entre os pontos positivos vistos pelos anunciantes está a — relativa — grande audiência de 100 milhões de usuários, interesse de público (que pode ser efêmero) e a plataforma de ads da Meta. Sobre os dois primeiros, é preciso destacar que tudo isso não significa um público consolidado.

De sólido e “garantido”, só a ferramenta de anúncios, que unifica o gerenciamento de propagandas no Facebook e Instagram. O sistema de direcionamento de anúncios também é eficiente, sendo, ao lado do Google, uma das melhores ferramentas para a publicidade online. Assim, não haverá dificuldade em lançar as propagandas em uma nova plataforma — está tudo em casa.

As empresas querem anunciar, mas apontam mudanças necessárias

Publicitários entrevistados pelo site Big Technology são claros com seus interesses de anunciar no Threads, mas reconhecem que a rede social precisa de algumas mudanças para aumentar essa união dos “gastos com a vontade de pagar”. Uma dessas alterações é ampliar a base de usuários para fora do Instagram.

Carly London, da agência de marketing Sometimes Curly, explicou: “se nós conseguirmos usar a força desses anúncios, expandir para uma audiência mais próxima do Twitter, será grande”. Um publicitário de uma grande agência, em condição de anonimato, disse que o Threads precisa crescer fora da comunidade do Instagram. “Se for apenas a mesma coisa que o Instagram, não será interessante”, comentou.

Respostas à primeira thread de Zuckerberg
Os criadores e influencers já estão lá, só que as agências querem um público diversificado (Imagem: Reprodução/Threads)

A colocação do “publicitário anônimo” é até interessante para a questão “vai flopar ou não?”. Uma rápida olhadinha no In.. digo, Threads para buscar insumos para essa notícia me fez parecer que eu estava no Instagram. O motivo é que eu sigo algumas contas de “memes” e elas estavam repostando no Threads o mesmo da outra rede. Texto, texto, microblogging, foi pouco.

Se for para anunciar para o público do Instagram, as empresas não precisam seguir no Threads. Seria um gasto a mais para um serviço que elas já consideram eficiente no Instagram, com o mesmo público. E os publicitários entrevistados dizem que o interesse em anunciar no Threads não é político ou algo contra Elon Musk, é justamente essa eficiência em conversão da ferramenta de ads da Meta.

Mark Zuckeberg disse que o Threads só terá ads quando bater 1 bilhão de usuários. No momento, só o “branded content” — aquelas publicações marcadas com “Parceria Paga” que se tornou comum no Instagram. Resta ver se a pressão das empresas querendo pagar anúncios muda o Zuckerberg de ideia.

Com informações: BigTechnology

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Felipe Freitas

Felipe Freitas

Repórter

Felipe Freitas é jornalista graduado pela UFSC, interessado em tecnologia e suas aplicações para um mundo melhor. Na cobertura tech desde 2021 e micreiro desde 1998, quando seu pai trouxe um PC para casa pela primeira vez. Passou pelo Adrenaline/Mundo Conectado. Participou da confecção de reviews de smartphones e outros aparelhos.

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