Fábricas de iPhones na China demitem por falta de demanda

Vendas do iPhone caem por conta da crise e fábricas na China já sentem os efeitos

Emerson Alecrim
• Atualizado há 3 anos
Apple iPhone 11 - Review

Embora o clima na China seja de “o pior já passou”, o país ainda sente fortemente os efeitos da pandemia de coronavírus (Covid-19). Um exemplo vem da Foxconn: a companhia, que entre outros produtos fabrica o iPhone, está reduzindo horas extras e dispensando funcionários.

A produção do iPhone é realizada em várias fábricas, mas a principal é a unidade de Zhengzhou, na província chinesa de Henan. Trata-se de um complexo fabril tão grande que recebeu o apelido de “iPhone City”. Estima-se que 300 mil pessoas trabalhem por lá.

O problema é que a demanda pelo iPhone tem caído no mundo todo, o que não surpreende: o fechamento de lojas e a atual crise econômica afetam significativamente as vendas de produtos com alto valor agregado. No caso do iPhone, o cenário desfavorável faz muita gente adiar os planos de adquirir um modelo mais recente.

As consequências já são sentidas pelos funcionários das fábricas. Começou pelo corte de horas extras, tão essenciais para os empregados. Os relatos apontam que a Foxconn está desde 10 de abril sem trabalhar com horários adicionais.

Além disso, a Foxconn não só deixou de contratar funcionários como também vem dispensando aqueles que vinham trabalhando em regime temporário.

Foxconn

Na fábrica da Pegatron em Xangai, que também trabalha para a Apple, cerca de mil empregados temporários e terceirados foram demitidos nas últimas semanas, relata um funcionário que pediu anonimato.

“Trabalhadores estão sendo demitidos em todo o país”, explica Li Chao, recrutador que presta serviços para a Foxconn e Pegatron. “Os únicos lugares que estão contratando são fábricas de máscaras, mas em escala pequena”, completa.

Apple, Foxconn e Pegatron foram procuradas, mas não comentaram o assunto.

Com informações: Financial Times.

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Emerson Alecrim

Emerson Alecrim

Repórter

Emerson Alecrim cobre tecnologia desde 2001 e entrou para o Tecnoblog em 2013, se especializando na cobertura de temas como hardware, sistemas operacionais e negócios. Formado em ciência da computação, seguiu carreira em comunicação, sempre mantendo a tecnologia como base. Em 2022, foi reconhecido no Prêmio ESET de Segurança em Informação. Em 2023, foi reconhecido no Prêmio Especialistas, em eletroeletrônicos. Participa do Tecnocast, já passou pelo TechTudo e mantém o site Infowester.