Fraude levou Qualcomm a gastar US$ 150 milhões em patente própria
Ex-vice-presidente e mais três pessoas estão sendo investigadas; pena pode chegar a 20 anos de prisão
Ex-vice-presidente e mais três pessoas estão sendo investigadas; pena pode chegar a 20 anos de prisão
Um ex-vice-presidente da Qualcomm está sendo acusado de fraude e lavagem de dinheiro no período no qual esteve à frente do setor de pesquisa e desenvolvimento da empresa. Segundo a investigação, Karim Arabi e mais três envolvidos armaram um esquema de compra de patente — que eles mesmo desenvolveram — por US$ 150 milhões.
De acordo com reportagem publicada pelo Los Angeles Times, Arabi desenvolveu um método de testagem de processadores que seria mais rápido e mais eficiente enquanto funcionário da empresa.
No entanto, o acusado relatou que a patente seria criação de uma estudante canadense de pós-graduação. O movimento fez com que a Qualcomm adquirisse a startup da jovem a fim de ter direitos sobre o uso do método.
Após a aquisição, foi constatado que a canadense era irmã mais nova do então vice-presidente, e que ela não havia conhecimento algum da área de chips. Segundo o processo, Karim Arabi estaria envolvido na fundação da startup, tendo, inclusive, criado e-mails falsos para acobertar sua participação no negócio.
O contrato do ex-vice-presidente com a Qualcomm garantia que toda patente desenvolvida pelo engenheiro fosse de propriedade da empresa. Nesse caso, Arabi teria liderado o processo de compra de sua própria ideia.
Ainda de acordo com a reportagem, o caso aconteceu em 2015, pouco antes do executivo deixar a empresa em 2016.
A acusação alega ainda que o ex-funcionário Ali Akbar Shokouhi também esteve envolvido no processo de criação da falsa startup, além de Sanjiv Taneja que teria sido o CEO da empresa.
Os quatro foram presos na última semana, incluindo Sheida Alan, irmã de Arabi, presa no Canadá e em processo de extradição para os Estados Unidos. Se condenados, a pena pode chegar a 20 anos de prisão, além do pagamento de US$ 250 mil em multa, ou o dobro do valor obtido na fraude.
A acusação aponta ainda que o quarteto também fazia parte de um esquema de lavagem de dinheiro na compra de imóveis estrangeiros e em empréstimos sem juros.
Apesar de o caso vir à tona agora, a Qualcomm já havia processado os envolvidos em 2017, porém, o caso foi arquivado em 2018.
Com informações: Los Angeles Times.