Jeff Wilcox, que liderou transição da Apple para o M1, volta para a Intel

Diretor responsável por troca de tecnologia deixa Apple após oito anos e vai para a Intel, onde comandará arquitetura de chips de todos os segmentos

Giovanni Santa Rosa

Um dos principais nomes por trás do desenvolvimento dos chips próprios da Apple saiu da empresa. Jeff Wilcox, diretor responsável pela transição de tecnologia, deixou seu cargo e vai se tornar associado da Intel, onde comandará a equipe de desenvolvimento de arquitetura para processadores.

Wilcox estava na Apple desde 2013 e liderou a transição para o chamado Apple Silicon, linha de processadores próprios da marca, que teve sua estreia com o M1.

“Eu não poderia estar mais orgulhoso do que realizamos durante meu período [na Apple], com a transição para o Apple Silicon com os sistemas-em-chip M1, M1 Pro e M1 Max”, diz o engenheiro em publicação do mês passado no LinkedIn.

Agora, Wilcox será um associado da Intel, onde comandará o grupo de projetos de engenharia. Com isso, ele passará a ser responsável pela “arquitetura de todos os sistemas-em-chip para todos os segmentos de clientes da Intel”.

Não é a primeira passagem do engenheiro pela companhia: ele já trabalhou de 2010 a 2013 na área de chipsets para PC.

Nesta semana, a Intel apresentou a 12ª geração de processadores Core para notebooks e desktops. Nos laptops, a empresa promete desbancar o Apple M1.

Além disso, os chips adotaram uma estratégia há muito usada pela arquitetura Arm. Eles combinam núcleos de eficiência e performance para tarefas distintas, em uma tentativa de gastar menos energia.

Apple vem perdendo engenheiros

A saída de Wilcox é mais uma entre várias nos últimos dois anos. Três ex-engenheiros, inclusive, fundaram uma empresa de chips chamada Nuvia, que acabou comprada pela Qualcomm.

Um deles, Gerard Williams, está sendo processado por quebra de contrato e por tirar vantagens da tecnologia da Apple. Ele rebate e diz que a cláusula não tem validade na Califórnia, além de acusar a empresa de monitorar ilegalmente suas mensagens.

MacBook Pro (2020) com Apple M1 (Imagem: Paulo Higa/Tecnoblog)
MacBook Pro (2020) com Apple M1 (Imagem: Paulo Higa/Tecnoblog)

Também há relatos de que Apple e Meta estão brigando por talentos. Para segurar seus funcionários, a empresa de Cupertino estaria oferecendo bônus de US$ 50 mil a US$ 180 mil em ações, com restrição de venda durante quatro anos.

A Apple está chegando ao fim de sua transição da Intel para os chips próprios, prometida para durar dois anos. O vice-presidente sênior de tecnologias de hardware, Johny Srouji, continua na empresa.

Com informações: 9to5Mac, Apple Insider.

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Giovanni Santa Rosa

Repórter

Giovanni Santa Rosa é formado em jornalismo pela ECA-USP e cobre ciência e tecnologia desde 2012. Foi editor-assistente do Gizmodo Brasil e escreveu para o UOL Tilt e para o Jornal da USP. Cobriu o Snapdragon Tech Summit, em Maui (EUA), o Fórum Internacional de Software Livre, em Porto Alegre (RS), e a Campus Party, em São Paulo (SP). Atualmente, é autor no Tecnoblog.