Meta suspende IA generativa no Brasil após pressão da ANPD

Meta diz estar em conversas para adequar ferramentas às exigências da ANPD. Órgão proibiu treinamento de IA usando dados de usuários brasileiros.

Giovanni Santa Rosa
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• Atualizado há 3 dias
Ilustração com os ícones de WhatsApp, Instagram e Facebook inseridos numa caixa com a marca da Meta
Meta pretendia liberar Meta AI para WhatsApp, Instagram e Facebook ainda em julho (Ilustração: Vitor Pádua / Tecnoblog)

A Meta suspendeu os recursos de inteligência artificial generativa de Facebook, Instagram, WhatsApp e Messenger no Brasil, como o criador de figurinhas. A empresa tomou a decisão após a Autoridade Nacional de Proteção de Dados (ANPD) proibir a coleta de dados de usuários para treinar modelos de IA.

Em nota, a Meta explica que a pausa nos serviços de IA é justamente para resolver as questões legais envolvendo as ferramentas. “Decidimos suspender ferramentas de genAI que estavam ativas no Brasil enquanto engajamos com a ANPD para endereçar suas perguntas sobre IA generativa”, afirma a companhia.

Print do Instagram com caixa de busca mostrando IA da Meta
Caixa de busca com IA da Meta no Instagram (Imagem: Reprodução / Tecnoblog)

Além do criador de figurinhas do WhatsApp, a Meta pretendia lançar ainda em julho a Meta AI. A ferramenta seria integrada a Facebook, Instagram, WhatsApp e Messenger para conversar com usuários, dar respostas, gerar textos e criar imagens, de forma parecida com ChatGPT e Gemini. O botão chegou a aparecer para alguns usuários no Brasil.

ANPD proibiu Meta de usar dados de usuários para treinar IA

Em junho, a empresa causou revolta com a decisão de usar dados dos usuários para treinar seus modelos de inteligência artificial. Os próprios usuários levantaram preocupações envolvendo privacidade de fotos e vídeos, além de direitos autorais de obras artísticas publicadas nas plataformas. Para impedir isso, era necessário enviar uma solicitação à companhia.

No dia 2 de julho, a ANPD ordenou a suspensão no treinamento das IAs da Meta com dados de usuários brasileiros, sob pena de R$ 50 mil por dia em caso de descumprimento. O órgão considerou que existem riscos “de dano grave e de difícil reparação” envolvendo estes procedimentos.

Na ocasião, a companhia declarou estar “desapontada” e considerou que a decisão da ANPD era um “retrocesso”, que atrasaria a “chegada de benefícios da IA para as pessoas no Brasil”.

Com informações: G1, O Globo

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