Polêmica do WhatsApp fez usuários recorrerem até ao ICQ
Mensageiro que foi febre no início dos anos 2000 voltou a ter alguns dias de glória na China após crise de privacidade no WhatsApp
Mensageiro que foi febre no início dos anos 2000 voltou a ter alguns dias de glória na China após crise de privacidade no WhatsApp
O WhatsApp se viu em maus lençóis nas últimas semanas: após apresentar sua política de privacidade, o mensageiro enfrentou diversas críticas por compartilhar dados de usuários com o Facebook. Em meio à crise, muitas pessoas recorreram ao Telegram e ao Signal como alternativa para manter as conversas em dia. No entanto, alguns chineses mais nostálgicos foram ainda mais longe: ao ICQ.
De acordo com uma reportagem do Wall Street Journal, uma porta-voz do ICQ afirmou que o antigo mensageiro registrou um pico de downloads no início de janeiro. O aumento de interesse aconteceu em Hong Kong, e pode ser visto no Google Trends: é a maior busca pelo termo desde 2011.
Os números totais não são tão expressivos quanto os dos concorrentes recentes do WhatsApp, é claro. Durante a semana em que a polêmica de privacidade veio à tona, os downloads subiram de 200 para 7.000.
Se você é um millennial raiz, você usou o ICQ no PC (e com internet discada!) – eu acho que ainda lembro do meu UIN. O som de digitação era, sem dúvidas, uma das coisas mais marcantes, bem como o “uh-oh!” de nova mensagem recebida.
O mensageiro instantâneo foi um dos primeiros a ganhar popularidade global, e nos conectava bem antes dos smartphones e das redes sociais, atingindo a marca de 100 milhões de usuários em 2001 sob o comando da AOL.
Nessa época um tanto quanto obscura, as coisas eram bem mais simples na internet – e a gente nem sonhava em discutir política de privacidade da forma como fazemos atualmente. Talvez essa tenha sido a maior motivação para que os usuários de Hong Kong tenham pensado em voltar ao serviço: fugir da loucura que virou o mundo digital em 2021.
A porta-voz do ICQ não revelou quantos usuários a plataforma tem no total, mas contou ao WSJ que o serviço é mais popular na Rússia, Nigéria e Alemanha. O que pouca gente sabe é que o ICQ nunca morreu, de fato, ele tem aplicativos para celular e é controlado pela Mail.Ru, dona da VK – a rede social mais popular da Rússia.
A empresa manteve o som de notificações, mas não conta mais com o recurso de chats aleatórios (que conectava usuários randomicamente em qualquer parte do mundo). O modo “invisível” também foi descartado (infelizmente).
Com informações: The Wall Street Journal