Presidente da Anatel propõe cadastro obrigatório nas redes sociais

Carlos Baigorri destaca a necessidade de verificar perfis para alinhar a responsabilidade das mídias digitais com as tradicionais. Fala ocorreu durante seminário na Câmara.

Thássius Veloso
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• Atualizado há 1 semana
Homem concede entrevista enquanto repórteres gravam com celulares
Anatel é presidida por Carlos Baigorri (Foto: Thássius Veloso/Tecnoblog)
Resumo
  • Carlos Baigorri, presidente da Anatel, defendeu o cadastro obrigatório de usuários em redes sociais com dados como nome completo, CPF e data de nascimento.
  • Baigorri comparou o cadastro nas plataformas online à abertura de conta em banco digital, onde essas informações são exigidas.
  • Ele destacou a assimetria de responsabilidade entre mídias tradicionais e digitais quanto ao conteúdo divulgado.
  • A Constituição assegura a liberdade de expressão, mas proíbe o anonimato, o que justificaria a necessidade de verificação dos perfis.
  • Baigorri criticou a comercialização da verificação de perfis, mencionando o serviço Meta Verified, que oferece verificação e outros benefícios por R$ 55 mensais.

O presidente da Agência Nacional de Telecomunicações, Carlos Baigorri, defendeu que as redes sociais cadastrem os usuários, de modo a terem dados como nome completo, CPF e data de nascimento. Ele fez a declaração durante um seminário realizado pela Comissão de Comunicação da Câmara dos Deputados.

Em entrevista ao Tecnoblog, Baigorri comparou o possível cadastro nas plataformas online com o que é exigido para abrir conta num banco digital. Hoje em dia, Facebook e Instagram não solicitam CPF, por exemplo. Não há qualquer obrigação neste sentido.

Homem em bancada fala para outras pessoas
Baigorri participa de seminário na CCom (Foto: Divulgação/Zeca Ribeiro/Câmara dos Deputados)

O presidente da Anatel disse no Congresso que há assimetria entre as mídias tradicionais e as mídias digitais quanto aos conteúdos divulgados. Uma emissora de TV é responsável pelo que coloca no ar, ao contrário do que acontece nas redes online. De posse destes dados, as investigações e eventual responsabilização de ilegalidades no ambiente online seria mais fácil.

Ao Tecnoblog, ele explicou que a Constituição assegura a liberdade de expressão, mas proíbe o anonimato. Recomendou, portanto, que as empresas de mídia digital façam a verificação obrigatória dos perfis de todos os usuários, tal qual acontece quando um consumidor adquire um chip pré-pago.

Baigorri lamentou que a verificação de perfis tenha se transformado num negócio. Não custa lembrar: a Meta oferece o serviço Meta Verified, que concede selo de verificado e outros benefícios por cerca de R$ 55 mensais. Instagram, Facebook e mais recente WhatsApp oferecem essa possibilidade, que também dá direito a suporte técnico prioritário.

É importante ressaltar que o dirigente fez um comentário, mas que a Anatel não tem qualquer direcionamento formal no sentido de impôr a verificação de pessoas cadastradas.

No vídeo abaixo, saiba os destaques do evento Meta Conversations, realizado em São Paulo

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