O que é o Metaverso? Veja para que serve e conheça exemplos de mundos virtuais

O Metaverso oferece novas formas de interações e experiências imersivas, podendo ser aplicada nos setores da educação, saúde, negócios e entretenimento

Lupa Charleaux Victor Toledo
• Atualizado hoje às 13:52
Metaverso é o espaço virtual compartilhado coletivo, criado pela convergência de realidade física virtualmente aprimorada e espaço virtual fisicamente persistente, incluindo a soma de todos os mundos virtuais, realidade aumentada e a Internet (Imagem: Vitor Pádua/Tecnoblog)
O que é Metaverso? (Imagem: Vitor Pádua/Tecnoblog)

O metaverso é um espaço virtual imersivo, acessado por meio de diversas tecnologias, como realidade virtual (VR) e realidade aumentada (VA). Nesse ambiente digital, as pessoas podem criar um avatar personalizado, interagir com outros usuários, trabalhar e participar de eventos.

O Metaverso tem a função de conectar pessoas de forma mais imersiva do que a internet tradicional. O ambiente virtual permite que os usuários tenham experiências únicas e personalizadas, além de oferecer amplo potencial para inovação nas áreas de negócios, saúde, educação e entretenimento.

O funcionamento do Metaverso gira em torno de uma combinação de tecnologias, incluindo internet de alta velocidade, dispositivos VR/AR, blockchain e inteligência artificial. Tudo isso permite a criação de ambientes interativos, onde os usuários interagem em tempo real.

Saiba mais detalhes do Metaverso, alguns exemplos de universos digitais e formas de uso para a sociedade.

O que é o Metaverso?

O Metaverso é um universo virtual compartilhado, acessado por dispositivos como óculos de realidade virtual (VR) ou realidade aumentada (AR). Neste ambiente baseado em blockchain, as pessoas usam avatares personalizados para interagir com outros usuários, participar de diferentes atividades e até negociar bens digitais.

O que significa “Metaverso”?

“Metaverso” é o termo usado para descrever um universo virtual, acessível por dispositivos digitais, onde as pessoas podem interagir entre si e com o ambiente usando representações virtuais (avatares). A palavra foi usada pela primeira vez no romance de ficção científica Snow Crash, do autor Neal Stephenson, lançado em 1992.

Quem criou o Metaverso?

O Metaverso, como o conhecemos hoje, é resultado de uma evolução tecnológica que envolveu diversas mentes criativas e inovadoras. Não existe um único criador, mas sim uma série de contribuições que moldaram esse universo digital:

  • Antonin Artaud: poeta francês que usou o termo “realidade virtual” pela primeira vez em 1938, se referindo a um espaço imersivo e rico em detalhes;
  • Morton Heilig: cineasta americano que criou o Sensorama em 1956, primeiro dispositivo VR que simulava um passeio de motocicleta por Nova York combinando vídeo 3D com áudio e uma cadeira vibratória;
  • Jaron Lanier: cientista da computação americano que fundou a VLP Research em 1984, empresa responsável por produzir os primeiros headsets VR de forma comercial;
  • Linden Lab: desenvolvedora de jogos que lançou o título Second Life em 2003, um dos primeiros mundos virtuais de grande escala, onde os usuários interagem, criam e negociam bens digitais;
  • Satoshi Nakamoto (pseudônimo): criador do Bitcoin e do primeiro blockchain público em 2009, tecnologias fundamentais para a economia e segurança do Metaverso;
  • Palmer Luckey: empreendedor americano que lançou o financiamento coletivo do headset Oculus Rift em 2012. O equipamento VR de baixo custo reacendeu o interesse pela tecnologia;
  • Vitalik Buterin e Gavin Wood: cientistas da computação que lançaram o Ethereum em 2015. O blockchain oferece recursos para criar aplicativos descentralizados, abrindo caminho para a criação de economias virtuais;
  • Meta: antigamente conhecida como Facebook, a big tech alterou o nome em 2021 e realizou um investimento de US$ 10 bilhões na expansão do próprio metaverso. Ações que ajudaram a popularizar a tecnologia em todo o mundo.

Para que serve o Metaverso?

O Metaverso atua como um espaço virtual compartilhado onde as pessoas podem interagir entre si, independentemente da distância geográfica. Nele, os usuários podem socializar, trabalhar, se divertir, participar de eventos e comprar e vender bens digitais.

Existem diferentes tipos de metaversos, cada um com suas próprias características e modelos de governanças. Há universos virtuais descentralizados, cujos usuários têm maior controle da plataforma, enquanto outros são centralizados e gerenciados por grandes empresas.

Como o Metaverso funciona?

O Metaverso funciona como um ecossistema digital dinâmico e interativo. Para que isso seja possível, diversas tecnologias trabalham em conjunto:

  • Dispositivos VR/AR: as tecnologias de realidade aumentada e virtual são fundamentais para criar a sensação de imersão no Metaverso, permitindo que os usuários visualizem e interajam com objetos digitais em um ambiente real ou totalmente virtual;
  • Blockchain: a tecnologia de blockchain garante a segurança e a transparência das transações nos ambientes virtuais, permitindo a criação de economias virtuais e a propriedade digital de itens e serviços;
  • Computação em nuvem: a computação em nuvem fornece a infraestrutura necessária para armazenar e processar os dados do Metaverso, permitindo que os usuários acessem os ambientes virtuais de qualquer lugar com conexão à internet;
  • Inteligência artificial: a IA é usada para criar experiências personalizadas nos ambientes virtuais, como a criação de avatares inteligentes e a moderação de conteúdo;
  • Internet de alta velocidade: as redes 5G, por exemplo, são essenciais para garantir a conexão rápida e estável necessária para as experiências do Metaverso, suportando a transmissão de grandes volumes de dados em tempo real.

Quais são os exemplos de Metaverso?

O Metaverso está em constante evolução, mas alguns exemplos já demonstram seu potencial e diversidade:

  • Horizon Worlds (Meta): uma das plataformas mais conhecidas, o Horizon Worlds oferece um ambiente social virtual onde é possível se conectar com amigos, participar de eventos e até mesmo trabalhar;
  • Fortnite (Epic Games): inicialmente um jogo de tiro e construção, o Fortnite se tornou uma plataforma de entretenimento, com shows musicais, exibição de filmes e outras experiências interativas que atraem milhões de usuários;
  • Second Life (Linden Lab): um dos primeiros metaversos, o MMORPG continua ativo e popular entre os usuários que buscam uma experiência social virtual mais tradicional;
  • Roblox: uma plataforma de criação de jogos que se tornou um universo virtual imenso, onde usuários podem construir seus próprios mundos e interagir com outros jogadores;
  • Minecraft: embora não seja um metaverso em si, o game é frequentemente citado como um precursor do conceito, permitindo que os jogadores criem mundos virtuais quase ilimitados;
  • Descentraland: um metaverso descentralizado que funciona como um mundo virtual, onde os usuários podem comprar terrenos virtuais, criar aplicações e participar de uma economia virtual;
  • Bloktopia: uma plataforma de realidade virtual focado em experiências imersivas com um arranha-céu virtual de 21 andares, cada um com atividades e espaços diferentes para os usuários explorem.

Quais são os usos do Metaverso?

O Metaverso oferece um universo de possibilidades que podem mudar a forma que interagimos com o mundo digital. Algumas das principais aplicações incluem:

  • Arquitetura: visualização de projetos arquitetônicos em um ambiente virtual realista, como se a pessoa estivesse dentro do próprio edifício;
  • Colecionáveis digitais: aquisição de itens únicos e exclusivos, como obras de artes em NFT, registrados em um blockchain;
  • Comércio eletrônico: lojas virtuais imersivas, com opções para experimentar produtos em um ambiente virtual antes de adquirir;
  • Eventos virtuais: shows, conferências e reuniões sem que a pessoa precise sair de casa e com experiência mais atrativas e acessíveis;
  • Educação: uso das tecnologias VR/AR para explorar temas como anatomia, biologia, geografia e química de forma engajada por meio de aulas práticas em um ambiente virtual;
  • Games: experiências de jogos mais realistas e envolventes, com gráficos e interações de alta qualidade;
  • Metaverso imobiliário: compra e venda de terrenos e propriedades virtuais, permitindo construir uma casa dos sonhos e investir em um novo mercado em ascensão;
  • Saúde e bem-estar: uso de ferramentas VR/AR para auxiliar em diagnósticos e tratamentos médicos, proporcionando uma experiência personalizada.

Quais são as vantagens do Metaverso?

O Metaverso traz um mundo de benefícios para os usuários dos ambientes virtuais:

  • Conectividade global: as distâncias geográficas deixam de ser barreiras, permitindo que as pessoas do mundo todo se conectem, colaborem e socializem em tempo real;
  • Educação inovadora: os espaços virtuais permitem criar um ambiente de aprendizado inovador por meio das ferramentas interativas e personalizadas;
  • Expressão e criatividade: o Metaverso pode ser uma ferramenta para a expressão artística e a criatividade, onde os usuários podem construir, personalizar e compartilhar suas criações;
  • Imersividade sem limites: os ambientes digitais permitem que os usuários vivenciem experiências únicas e personalizadas, explorando mundos virtuais e interagindo com outras pessoas de forma mais profunda;
  • Novas formas de trabalho: o Metaverso pode alterar os modelos de trabalho, permitindo a colaboração em tempo real entre equipes separadas geograficamente e criar formatos mais flexíveis;
  • Oportunidade de negócios: o ambiente digital abre portas para novos modelos de negócios, como o comércio virtual, eventos e outras experiências imersivas;
  • Evolução constante: o Metaverso está em constante evolução com novas tecnologias e recursos sendo desenvolvidos a todo momento, garantindo experiências cada vez mais ricas e envolventes.

Quais são as desvantagens do Metaverso?

O Metaverso, apesar do potencial de inovação, apresenta um conjunto de desafios e desvantagens que precisam ser considerados:

  • Privacidade: a coleta massiva de dados pessoais nos ambientes virtuais expõe os usuários a riscos de violação de privacidade e uso indevido de suas informações;
  • Divisão digital: o acesso ao Metaverso exige dispositivos apropriados e uma conexão de internet estável, o que aprofunda a desigualdade digital e exclui grande parte da população;
  • Questões éticas: a natureza dos ambientes virtuais levanta questões éticas sobre identidade digital, propriedade intelectual, uso de IA e a potencial manipulação de informações;
  • Potencial de uso indevido: a falta de regulamentação e o aspecto descentralizado de algumas plataformas o tornam um ambiente propício para fraudes, crimes cibernéticos e outras atividades ilícitas.

É perigoso acessar o Metaverso?

O Metaverso, em si, não é perigoso. Todas as plataformas estão disponíveis de forma oficial, exigindo apenas os equipamentos necessários e conexão de internet para os usuários frequentarem os espaços e participarem das experiências.

No entanto, como qualquer ambiente online, o Metaverso apresenta riscos que precisam ser considerados. Os principais são a coleta de dados não autorizados e a ausência de uma estrutura regulatória para proteger os usuários.

Quais são os riscos de acessar o Metaverso?

Há algumas questões consideradas como riscos ao acessar o Metaverso:

  • Roubo de identidade e fraudes: hackers podem se passar por outros usuários, após roubar dados pessoais e financeiros, e realizar transações fraudulentas nos ambientes virtuais em nome das vítimas;
  • Coleta de dados não autorizados: a coleta massiva de dados dos usuários é uma prática comum no Metaverso, expondo informações pessoais e hábitos de consumo a terceiros, incluindo empresas de marketing;
  • Falta de regulamentação: a ausência de leis e regulamentações específicas para os universos digitais cria um ambiente propício para crimes cibernéticos, disputas por propriedade digital e questões relacionadas a moedas virtuais.

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Escrito por

Lupa Charleaux

Lupa Charleaux

Repórter

Nerd por natureza, Lupa Charleaux é formado em Jornalismo Multimídia pela São Judas Unimonte (2012). Iniciou a carreira como repórter de entretenimento em 2013, mas migrou para a editoria de tecnologia em 2019. Construiu experiência na área ao produzir notícias diárias sobre eletrônicos (celulares, vestíveis), inovação, mercado e conteúdos especiais sobre os temas. É repórter do Tecnoblog desde outubro de 2023. Anteriormente, atuou como redator de tecnologia e entretenimento no TecMundo (2019-2021/2022-2023) e redator de produtos no Canaltech (2021-2022).

Victor Toledo

Victor Toledo

Analista de conteúdo

Victor Toledo é jornalista formado pela Unesp, pós-graduando em Business Intelligence e com ensino técnico em informática. Antes de entrar para o time do Tecnoblog, em 2021, escreveu sobre informática, eletrônicos e videogames no TechTudo (Editora Globo) e no Zoom. Atua na estratégia de conteúdo e SEO do Tecnoblog. É apaixonado por esportes e passa boa parte do tempo livre praticando futevôlei e assistindo todo e qualquer tipo de esporte na TV.