O plano de ligações Infinity, da operadora TIM, foi lançado em 2009 e tinha uma proposta interessante: o usuário pagava pela ligação feita e não pelo tempo decorrido. Para quem faz ligações longas é uma vantagem. Mas a TIM não parece ter sido muito honesta. Segundo relatório da Anatel, clientes do plano Infinity podem ter suas ligações derrubadas até quatro vezes mais do que os clientes de outros planos da operadora.
Para descobrir isso a agência monitorou as ligações feitas realizadas celulares no Brasil entre maio e março desse ano, a pedido do Ministério Público do Paraná. Em um determinado dia, segundo o relatório da Anatel, a rede da TIM derrubou indevidamente a ligação de mais de 8,1 milhões de clientes e isso gerou mais de R$ 4,3 milhões de reais para os bolsos das operadoras. O relatório, segundo a Folha de SP, conclui dizendo que a TIM “continua ‘derrubando’ de forma proposital as chamadas de usuários do plano Infinity”.
O número de ligações interrompidas não é pouco – a TIM tem mais de 68 milhões de usuários no Brasil, de acordo com os dados da última pesquisa da Anatel, e é a segunda maior operadora do país, perdendo apenas para a Vivo. E por isso mesmo a operadora deveria manter uma qualidade de rede aceitável. Ao que parece essa qualidade só vale para quem não é do plano Infinity.
Como punição, a Promotoria de Justiça e Defesa do Consumidor de Curitiba propôs ontem uma ação coletiva contra a TIM para que ela cumpra as metas de qualidade do serviço e seja proibida de vender ou ativar novas linhas enquanto isso não acontecer. Além disso a promotoria também pede indenização por danos morais e a devolução em dobro dos valores cobrados dos clientes do plano Infinity.
A TIM disse à Folha de SP que não foi notificada da ação ainda. O Ministério Público do Paraná não divulgou o relatório recebido por eles, mas liberou essa nota à imprensa avisando da ação.