O que é um backbone?
Você já deve ter ouvido falar que um backbone é a espinha dorsal da internet; entenda a razão disso
Você já deve ter ouvido falar que um backbone é a espinha dorsal da internet — a coluna ou troncal de vários pontos de conexão. Como no corpo humano, um backbone conecta e sustenta os seus membros, aqui entendidos como servidores distantes.
Como os primeiros desenhos de redes de fibra óptica eram lineares e se conectavam na forma de uma espinha dorsal, a infraestrutura ficou conhecida como backbone. Com a evolução da engenharia de redes, surgiram outras topologias, em formato de anéis ou estrelas, mas a referência à anatomia humana permaneceu e por isso chamamos assim.
Qual a função de um backbone?
A função do backbone em telecom é conectar as centrais das operadoras de Internet aos servidores externos (nacionais ou internacionais), geralmente de forma redundante e por rotas diferentes. Em resumo, trata-se de uma malha continental.
Na prática, a estrutura é responsável pelo envio e recebimento dos dados entre diferentes computadores, dentro ou fora de um país. A rede principal (espinha dorsal) é dividida em outras para impedir que tráfego e transmissão de dados sejam lentos.
Imagine o seguinte:
A internet é uma rede de computadores e tudo que você envia vai de uma máquina para outra (que pode ser um computador doméstico ou um servidor distante). Basta pensar as redes de internet como vias de tráfego de automóveis: backbones são estradas que conectam as cidades (redes menores), responsáveis pelas ruas (sua conexão).
Ou seja, seu computador faz parte de uma rede local, que está conectada à rede do seu provedor de internet, que por sua vez se conecta a redes da sua cidade e a um backbone nacional que vai se conectar com redes internacionais via cabos submarinos.
Ao acessar um site qualquer, você está encaminhando requisições para ter acesso ao conteúdo daquela página, cujo servidor pode até estar localizado em outro estado ou país. Ao enviar um e-mail, você está enviando dados da sua rede local para o backbone, que depois encaminha a outra rede até que a mensagem chegue ao destino final.
O primeiro backbone do Brasil
O primeiro backbone nacional nasceu em 1992 — Fase I: período de 1991 a 1993, dedicado à montagem — no ambiente acadêmico, fruto de um projeto que se iniciou pouco antes pelas mãos da Rede Nacional de Ensino e Pesquisa (RNP). Na época, interligava dez capitais brasileiras e o Distrito Federal, com capacidade de 64 kbps.
Tudo começou em 1988, quando se formavam alguns embriões independentes de redes de Internet entre grandes universidades e centros de pesquisa do Rio de Janeiro, de São Paulo e de Porto Alegre aos servidores de campis nos Estados Unidos.
Para integrar os esforços numa iniciativa nacional, o Ministério da Ciência e Tecnologia aproximou representantes do CNPq, da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) e das fundações de amparo à pesquisa de São Paulo, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul (Fapesp, Faperj e Fapergs). Como resultado da aposta, surgiu o projeto Rede Nacional de Pesquisa (RNP), formalmente lançado em setembro de 1989.
O primeiro backbone cresceu e deu origem a Rede Ipê, inaugurada em 2005, como evolução da rede inicialmente implantada em 1992 — apontada também como a primeira rede óptica nacional acadêmica a entrar em operação na América Latina.
Foi projetado para garantir não só a velocidade necessária ao tráfego de internet de aplicações básicas (navegação, e-mail e transferência de arquivos), mas também a serviços, aplicações avançadas e projetos científicos e à experimentação de tecnologias.
A capacidade subiu para “alto desempenho”, de até 10 Gb/s. Em 2017, com maior demanda para transferências de dados, o backbone acadêmico da RNP teve a sua capacidade elevada em até dez vezes. Contribuíram para o crescimento duas novas conexões internacionais, para Estados Unidos e Europa, ambas conexões de 100 Gb/s. O backbone nacional acadêmico hoje atende a mais 1522 campi e unidades de ensino.
No Brasil, além da RNP, empresas como Embratel (o maior deles no país), Oi, KDD Nethal, Comsat Brasil, Level 3 (Impsat/Global Crossing), AT&T, NTT, UOL Diveo, CTBC, Mundivox do Brasil, Telefonica e TIM Intelig prestam o serviço segundo o Teleco.
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