Pix tem mais um recorde de transações e se firma à frente do TED / DOC

Pix alcançou quase 45 milhões de transações em 6 de outubro de 2021, o maior número registrado em um único dia

Emerson Alecrim
• Atualizado há 3 anos

O vazamento de chaves identificado no final de setembro pode até ter causado alguma preocupação, mas não foi suficiente para prejudicar o avanço do Pix. Um relatório do Banco Central mostra que, em 6 de outubro, quase 45 milhões de transações foram realizadas a partir desse sistema. Trata-se de um novo recorde para um único dia.

Pix no aplicativo da Caixa (imagem: Emerson Alecrim/Tecnoblog)
Pix no aplicativo da Caixa (imagem: Emerson Alecrim/Tecnoblog)

Para ser exato, o Pix registrou 44.765.258 transações no último dia 6, número que superou o recorde alcançado no dia 1º do mesmo mês (40.881.959 operações).

Note, porém, que o novo recorde diz respeito ao volume de transações realizadas em um único dia, não ao total de dinheiro movimentado com elas.

O Sistema de Pagamentos Instantâneos (SPI) — o “motor do Pix” — reporta que, no dia 1º de outubro, R$ 26,8 bilhões foram movimentados via Pix; em 6 de outubro, esse total ficou em R$ 25,6 bilhões.

A relação entre o volume de transações e o total de dinheiro movimentado indica que, em 6 de outubro, o Pix obteve valor médio de R$ 572,84 por transação contra os R$ 656,21 registrados no dia 1º.

Pix supera transações via TED e DOC

Observando a tabela abaixo, correspondente ao período entre 1º e 10 de outubro, podemos observar um padrão que também pode ser identificado nos meses anteriores: o de que o número de operações e o valor médio por transação são menores durante os fins de semana.

DataTransaçõesTotal (R$ mil)Valor médio
10/10/202119.111.200R$ 3.603.134,04R$ 188,54
09/10/202129.958.791R$ 6.692.422,59R$ 223,39
08/10/202142.485.817R$ 25.155.844,13R$ 592,10
07/10/202142.036.135R$ 23.251.313,81R$ 553,13
06/10/202144.765.258R$ 25.643.478,26R$ 572,84
05/10/202138.660.923R$ 25.157.004,60R$ 650,71
04/10/202129.323.614R$ 22.043.656,31R$ 751,74
03/10/202118.201.441R$ 3.294.638,15R$ 181,01
02/10/202130.049.651R$ 6.627.850,00R$ 220,56
01/10/202140.881.959R$ 26.827.201,01R$ 656,21
Dados: Banco Central do Brasil

Apesar disso, as transações durante os fins de semana contribuem para o Pix ser o sistema de pagamentos e transferências preferido dos brasileiros.

Para você ter uma base de comparação, saiba que o SITRAF (Sistema de Transferência de Fundos), que faz compensação e liquidação de transferências por TED, registrou 66.439.206 operações em todo o mês de setembro de 2021, número que corresponde a uma média diária de 3.163.772 transações — como TEDs não podem ser feitos aos finais de semana, esse cálculo considera somente dias úteis.

Já o SILOC (Sistema de Liquidação Diferida das Transferências Interbancárias de Ordens de Crédito), que responde por transações via DOC, registrou 6.327.071 operações no mesmo mês (média de 301.289 operações por dia útil).

Esses números já não surpreendem. Em funcionamento desde novembro de 2020, o Pix precisou de apenas dois meses para superar TEDs e DOCs em volume de transações.

Restrições de segurança

À medida que o número de transações por Pix cresce, a preocupação com a segurança aumenta. Como reação, o Banco Central anunciou um conjunto de medidas de proteção que entrará em vigor em 16 de novembro.

Entre as novas medidas está o bloqueio cautelar, que pode reter uma transação via Pix por até 72 horas quando houver suspeita de irregularidades, e a ampliação do uso de informações vinculadas a chaves Pix para prevenção de fraudes.

Outra medida de segurança, esta em vigor desde 4 de outubro, estabelece o limite de R$ 1.000 para transferências realizadas entre 20:00 e 6:00. Essa é uma tentativa de coibir crimes envolvendo transferências via Pix. Somente o Estado de São Paulo registrou aumento de quase 40% nos registros de sequestro relâmpago desde que a modalidade de transferências foi lançada.

Colaborou: Everton Favretto

Leia | As camadas de segurança do Pix; entenda como o sistema é protegido

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Emerson Alecrim

Emerson Alecrim

Repórter

Emerson Alecrim cobre tecnologia desde 2001 e entrou para o Tecnoblog em 2013, se especializando na cobertura de temas como hardware, sistemas operacionais e negócios. Formado em ciência da computação, seguiu carreira em comunicação, sempre mantendo a tecnologia como base. Em 2022, foi reconhecido no Prêmio ESET de Segurança em Informação. Em 2023, foi reconhecido no Prêmio Especialistas, em eletroeletrônicos. Participa do Tecnocast, já passou pelo TechTudo e mantém o site Infowester.