Prótese feita com impressora 3D será usada nos Jogos Rio 2016
Eis mais um exemplo de como a medicina está evoluindo com a ajuda da impressão 3D. Já mostramos como um senhor recebeu uma prótese de costelas e como pesquisadores criaram um dente imune a bactérias usando a tecnologia. Agora, uma prótese projetada e impressa em 3D será usada nos Jogos Paralímpicos do Rio, que acontecem em setembro.
A perna protética foi resultado de uma parceria entre a campeã alemã de paraciclismo Denise Schindler e a Autodesk, mais conhecida pelo software AutoCAD. Antes da parceria, a prótese da atleta era feita à mão, por técnicos que fundiam gesso e o refinavam durante semanas.
Segundo a Autodesk, o produto era bem acabado, mas levava 10 semanas para ser feito e tinha um custo altíssimo, não revelado. A prótese feita pela empresa levou cerca de cinco dias para ficar pronta e custou 25% do preço da versão antiga, sem afetar a qualidade.
Foram feitas 52 versões digitais da prótese. A equipe usou o software Fusion 360, ferramenta que permite que os envolvidos trabalhassem de forma colaborativa, modificando juntos cada aspecto do modelo. Também foi usada a ferramenta Autodesk Within para reduzir o peso da prótese, que foi impressa no Pier 9, da Autodesk, em São Francisco.
Denise perdeu a perna em um acidente aos dois anos de idade. Ela conquistou uma medalha de prata nos Jogos Paralímpicos de Londres, em 2012, além de duas medalhas de prata e uma de bronze no Campeonato Mundial de Paraciclismo.
A atleta elogiou o conforto da prótese e disse que esse é o principal aspecto que deve ser levado em conta na hora da fabricação, ainda mais se for voltada para esportes, visto o tempo gasto no treinamento e na competição. Denise afirmou ser um verdadeiro avanço o desenvolvimento de uma prótese “bem ajustada que não comprometa o desempenho, em menos tempo e com menos custo que os meios tradicionais”.
Roland Zelles, vice-presidente da divisão da Autodesk para a Europa, Oriente Médio e África, diz que o trabalho colaborativo mostra que o custo de produção, além do prazo reduzido, acelera a popularização dessa ferramenta de acessibilidade.
Não é novidade o uso de próteses nas paralimpíadas: nas que aconteceram em Londres, em 2012, especialistas disseram que os atletas poderiam superar até quem não apresentava deficiência alguma. Com a popularização da impressão 3D, provavelmente veremos ainda mais atletas participando dos jogos.
O futuro em 3D
Esses avanços na impressão 3D, que se estendem por várias áreas e não só na medicina, foram tema do Tecnocast 025, intitulado O futuro em 3D. A ideia surgiu na década de 80 (!) e a popularização dessa tecnologia, segundo algumas pessoas, pode trazer uma revolução na produção e no consumo. Será? O play fica logo abaixo!