Governo não detalha acordo com Elon Musk e nega privilégios sobre Amazônia

Apesar de anúncio, nenhum contrato foi assinado entre o governo brasileiro e a Starlink de Elon Musk; investimentos também não foram discutidos

Giovanni Santa Rosa

A visita de Elon Musk ao Brasil foi a grande notícia do dia. O CEO da SpaceX e da Tesla se encontrou com o presidente Jair Bolsonaro (PL) e o ministro das Comunicações, Fábio Faria. Eles falaram sobre internet em escolas rurais e monitoramento da Amazônia. Os detalhes sobre acordos, no entanto, são escassos.

O programa “Conecta Amazônia”, anunciado por Musk, deve levar internet a 19 mil escolas na zona rural do país. Além disso, fará o monitoramento ambiental da Amazônia.

De acordo com o G1, nenhum contrato foi firmado entre o governo brasileiro e a Starlink. Ela é o braço da SpaceX que fornece serviços de internet via satélite.

Bolsonaro chamou o encontro de “início de um namoro”. Ele disse ter “certeza que vai acabar em casamento em breve”.

Segundo Faria, nem SpaceX, nem governo brasileiro falaram de investimentos até o momento. Técnicos das duas partes tocarão as negociações, de acordo com ele.

O ministro afirmou ainda que Musk tem autorização para colocar 40 mil satélites em cima da Amazônia. Até o momento, são dois.

Desde o início das operações, a Starlink lançou mais de 2.500 satélites, que prestam serviços em diferentes regiões do globo.

Ministro nega que Musk terá “informações privilegiadas”

O monitoramento anunciado promete mais informações sobre queimadas e desmatamento. Faria garantiu que o Brasil não dará acesso a informações privilegiadas ao empresário.

Bolsonaro também afirmou que a base de lançamento de Alcântara está disponível para lançamento dos foguetes. O assunto foi conversado com Musk e o comandante da Força Aérea, segundo o presidente.

Atualmente, o monitoramento da Amazônia por satélites é de responsabilidade do Inpe (Instituto de Pesquisas Espaciais). O sistema conta com alertas em tempo real.

Bolsonaro disse contar com Musk para que a região seja “conhecida por todos”. O presidente afirmou que a floresta é “preservada”, mesmo com dados mostrando recordes de desmatamento.

Com informações: G1, UOL.

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Giovanni Santa Rosa

Giovanni Santa Rosa

Repórter

Giovanni Santa Rosa é formado em jornalismo pela ECA-USP e cobre ciência e tecnologia desde 2012. Foi editor-assistente do Gizmodo Brasil e escreveu para o UOL Tilt e para o Jornal da USP. Cobriu o Snapdragon Tech Summit, em Maui (EUA), o Fórum Internacional de Software Livre, em Porto Alegre (RS), e a Campus Party, em São Paulo (SP). Atualmente, é autor no Tecnoblog.