Multa da Tectoy de R$ 500 por powerbank sem homologação foi reduzida em 25%

Tectoy vendeu powerbank sem homologação da Anatel; empresa não recorreu e multa de R$ 500 foi reduzida para R$ 375

Emerson Alecrim
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Powerbank da Tectoy; produto não é mais vendido (imagem: reprodução/Anatel)
Powerbank da Tectoy; produto não é mais vendido (imagem: reprodução/Anatel)

Por um tempo, a Tectoy vendeu um powerbank no Brasil sem a homologação da Anatel. Um consumidor denunciou a prática e, no mês passado, a empresa foi multada pela agência. É uma multa “pesada”: R$ 500. Para a sorte da Tectoy, houve uma redução de 25% sobre esse valor. A multa ficou em R$ 375, portanto.

Powerbanks (carregadores portáteis com bateria) para celulares são produtos que precisam passar por homologação da Anatel antes de serem vendidos no Brasil.

Essa é uma medida de segurança. De acordo com a própria agência, dispositivos do tipo “podem proporcionar danos ao aparelho, choques elétricos, superaquecimento, fogo ou explosão mesmo quando utilizados em condições normais de uso”.

Constatada a irregularidade, a Anatel abriu um Procedimento de Apuração de Descumprimento de Obrigações (PADO). Este, por sua vez, resultou em uma multa de R$ 500.

A punição foi emitida em maio de 2022. Independentemente do valor aplicado, a Tectoy poderia recorrer. Mas, no dia 26 do mesmo mês, a empresa optou pela “renúncia ao direito de recorrer da decisão“.

O Regulamento de Aplicação de Sanções Administrativas (RASA) prevê uma redução de 25% no valor da multa quando há esse tipo de renúncia. Reconhecida a decisão, um boleto bancário com valor de R$ 375 e vencimento para 26 de junho deste ano foi emitido.

O powerbank da discórdia

O processo em questão foi aberto em julho de 2021, depois que um consumidor denunciou à Anatel que um powerbank de nome Xcharge estava à venda no site da Tectoy sem a devida homologação.

Com 10.000 mAh de capacidade, o dispositivo tinha preço oficial de R$ 125. Depois de notificada pela Anatel, a Tectoy declarou, entre outros argumentos de defesa, que o produto havia sido importado em 9 de outubro de 2020 e teve as suas vendas iniciadas no final do mesmo mês, época em que ainda não havia “o dever de homologar”.

Powerbank da Tectoy; produto não é mais vendido (imagem: reprodução/Anatel)
Powerbank da Tectoy; produto não é mais vendido (imagem: reprodução/Anatel)

Os argumentos não foram aceitos. A Anatel declarou que baterias para telefones celulares sempre foram passíveis de certificação e homologação, sejam elas internas ou externas. É daí que veio a multa.

A renúncia ao direito de recorrer não surpreende. Certamente, os gastos com o tratamento do caso foram maiores. É pagar o boleto e encerrar o assunto.

Mas algum efeito “educativo” essa história deve ter tido. O tal powerbank não é mais vendido e, aparentemente, a loja online da Tectoy não tem mais produtos não homologados.

O Tecnoblog não conseguiu localizar a a assessoria de imprensa da Tectoy. De todo modo, se a companhia quiser se manifestar sobre o assunto, o espaço está aberto.

Colaborou: Everton Favretto.

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Emerson Alecrim

Emerson Alecrim

Repórter

Emerson Alecrim cobre tecnologia desde 2001 e entrou para o Tecnoblog em 2013, se especializando na cobertura de temas como hardware, sistemas operacionais e negócios. Formado em ciência da computação, seguiu carreira em comunicação, sempre mantendo a tecnologia como base. Em 2022, foi reconhecido no Prêmio ESET de Segurança em Informação. Em 2023, foi reconhecido no Prêmio Especialistas, em eletroeletrônicos. Participa do Tecnocast, já passou pelo TechTudo e mantém o site Infowester.

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