Claro, TIM e Vivo querem comprar Oi Móvel por R$ 16,5 bilhões
Com nova proposta, Claro, TIM e Vivo tentam desbancar oferta do grupo Highline, que quer transformar Oi Móvel em provedor neutro
Com nova proposta, Claro, TIM e Vivo tentam desbancar oferta do grupo Highline, que quer transformar Oi Móvel em provedor neutro
Claro, TIM e Vivo formalizaram nova oferta vinculante pela Oi Móvel. As operadoras apresentaram uma proposta de R$ 16,5 bilhões pela companhia e consideram a possibilidade de assinar um contrato de longo prazo com a Oi Fixa para fornecimento de infraestrutura. Com isso, o grupo de teles espera superar o negócio proposto pela Highline, que quer se consolidar como um provedor de rede neutra.
A proposta foi divulgada por meio de fato relevante na noite de segunda-feira (27) e condiciona a negociação da Oi Móvel como stalking horse — ou seja, Claro, TIM e Vivo teriam direito de cobrir o valor de um eventual proponente. Na divulgação da reestruturação do negócio, a Oi informou que quer pelo menos R$ 15 bilhões pela unidade produtiva isolada de ativos móveis.
A compra da Oi Móvel pela Claro, TIM e Vivo resultaria na perda de um player nacional de telefonia móvel. Para aprovar o negócio, as compradoras teriam de dividir os clientes, ativos de infraestrutura e espectro da Oi. A companhia detém 16,3% do mercado de linhas celulares, com 36,6 milhões de clientes. A Oi Móvel possui maior relevância no Ceará, Paraíba e Pernambuco, onde é líder em participação de mercado.
A perspectiva das interessadas é que a compra da Oi Móvel irá agregar valor para os acionistas, clientes e o setor como um todo, inclusive com “melhora da competitividade do setor de telecomunicações brasileiro”. O negócio é de extrema importante para a Oi: caso o negócio seja concretizado, a companhia pretende encerrar o processo de recuperação que se estende desde 2016 e colocar o plano estratégico de expansão da rede de fibra óptica, responsável pelo serviço Oi Fibra.
Em ocasião passada, o Conselho Administrativa de Defesa Econômica (Cade) alertou que a redução do número de grandes operadoras móveis de três para quatro poderia aumentar a possibilidade de atuação coordenada, como uma espécie de cartel entre as adquirentes.
A Highline, outra interessada, tem uma motivação diferente: a empresa quer adquirir a totalidade da UPI de Ativos Móveis, depois revender o espectro e a base de clientes. Com isso, o grupo quer ser um fornecedor de infraestrutura para operadoras de celular com uma ampla rede neutra por todo o Brasil. A empresa é controlada pelo fundo americano Capital Colony.
Esse negócio não necessariamente evitaria uma concentração de mercado, uma vez que a empresa pretende se livrar da cartela de clientes após a compra da Oi Móvel. A Highline se apresenta como uma desenvolvedora de soluções de infraestrutura para a indústria de telecomunicações e fornece projetos de construção de torres, rooftops (estrutura para antenas no topo de prédios) e cobertura em ambientes internos, como shoppings, aeroportos e hospitais.
Além da Oi Móvel, a Highline ofereceu R$ 1 bilhão pelo negócio de torres do grupo Oi. Os ativos incluem 657 torres móveis e 225 sites de infraestrutura indoor em shoppings, hotéis e outras edificações.