Internet Starlink chega a 10 mil usuários; SpaceX quer 5 milhões

Em fase beta, internet por satélite da rede Starlink já alcança 10 mil usuários, mas precisa de 3 milhões para ser viável

Emerson Alecrim
• Atualizado há 3 anos
Satélites Starlink (imagem: divulgação/SpaceX)
Satélites Starlink (imagem: divulgação/SpaceX)

Os satélites da rede Starlink, da SpaceX, já oferecem acesso à internet a 10 mil usuários. Mas a companhia liderada por Elon Musk quer mais: o objetivo é alcançar 5 milhões de conexões, isso só nos Estados Unidos. Trata-se de uma meta audaciosa, mas que precisa ser alcançada: estima-se que a rede Starlink só será lucrativa se tiver pelo menos 3 milhões de assinantes.

Por ora, a Starlink está em fase beta. Nos Estados Unidos, quase 700 mil pessoas já se inscreveram para ter acesso ao serviço. Permissão para atender a esse público a SpaceX já tem: a Comissão Federal de Comunicações (FCC, na sigla em inglês) forneceu uma licença para que a empresa habilite 1 milhão de terminais, ou seja, instale 1 milhão de antenas em residências.

700 mil solicitações para um serviço que ainda está em fase beta é um número expressivo. Com base nisso, a SpaceX entende que poderá receber uma quantidade muito maior de inscrições em fases futuras, por isso, solicitou à FCC uma alteração na licença para que o total de antenas permitidas alcance 5 milhões de clientes.

Não vai ser surpresa se a rede Starlink atingir esse número de conexões. A proposta é realmente atraente. Na fase beta, o serviço já consegue oferecer uma média de 100 Mb/s (megabits por segundo) na taxa de download, mas a SpaceX fala em chegar a 1 Gb/s (gigabit por segundo) e, em uma fase posterior, em 10 Gb/s.

Starlink precisa de 3 milhões de clientes

A assinatura da Starlink custa, na fase beta, US$ 99 por mês nos Estados Unidos. O assinante ainda precisa desembolsar US$ 499 pelo kit de instalação (inclui a antena). O problema é que esses valores não cobrem os custos do serviço. Por outro lado, se a SpaceX cobrar preços muito mais altos quando o serviço for lançado oficialmente, poderá não atrair tantos clientes quanto o esperado.

Esse é um problema complexo. Internet por satélite é um serviço extremamente caro. A SpaceX precisa lidar com vários custos: construção de satélites, lançamentos dos foguetes, desenvolvimento do sistema, base operacional e assim por diante.

É por isso que analistas entrevistados pelo Business Insider sinalizam que, para a rede Starlink ser viável comercialmente praticando os preços atuais, a SpaceX precisará ter uma base mínima de 3 milhões de clientes e de um prazo de três anos para o projeto começar a se pagar.

Antena Starlink (imagem: imgur/Wandering-coder)

Antena Starlink (imagem: imgur/Wandering-coder)

Starlink enfrenta resistência de pequenos provedores

Se de um lado a FCC analisa o pedido de expansão da base de antenas da Starlink, do outro, lida com a pressão de pequenos provedores de internet nos Estados Unidos que pedem para o órgão investigar se a SpaceX pode, de fato, oferecer as conexões de banda larga que promete.

A SpaceX é uma das empresas que obtiveram direito a um fundo da FCC para um programa de internet em áreas rurais dos Estados Unidos. A companhia vai ter acesso a um financiamento de US$ 885 milhões para oferecer internet via rede Starlink a mais de 640 mil residências e empresas.

Mas, para uma associação de pequenos provedores, a tecnologia da SpaceX ainda não foi comprovada e não está amplamente disponível, razão pela qual corresponderia a um “experimento científico”.

Embora a FCC ainda não tenha se pronunciado sobre o assunto, a SpaceX já tratou de se defender: a companhia declarou que “o desempenho da Starlink não é teórico ou experimental”. Foi nessa declaração que a SpaceX revelou atender a 10 mil usuários atualmente.

Com informações: Ars Technica.

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Emerson Alecrim

Emerson Alecrim

Repórter

Emerson Alecrim cobre tecnologia desde 2001 e entrou para o Tecnoblog em 2013, se especializando na cobertura de temas como hardware, sistemas operacionais e negócios. Formado em ciência da computação, seguiu carreira em comunicação, sempre mantendo a tecnologia como base. Em 2022, foi reconhecido no Prêmio ESET de Segurança em Informação. Em 2023, foi reconhecido no Prêmio Especialistas, em eletroeletrônicos. Participa do Tecnocast, já passou pelo TechTudo e mantém o site Infowester.