Vivo fecha segundo trimestre com queda de 55% no lucro líquido
Receita com serviços móveis aumenta, mas Vivo perde com desconexões de acessos de banda larga por cobre e TV via satélite
Receita com serviços móveis aumenta, mas Vivo perde com desconexões de acessos de banda larga por cobre e TV via satélite
A Telefônica Brasil, dona da Vivo, divulgou nesta quarta-feira (24) os resultados financeiros do segundo trimestre de 2019: a operadora teve lucro líquido de R$ 1,4 bilhão, registrando retração de 55,2% ante o mesmo período do ano anterior. Ela continuou a adicionar clientes do pós-pago móvel, banda larga por fibra óptica e IPTV; mas não conseguiu compensar a perda de assinantes no pré-pago, internet via xDSL e TV por satélite.
A queda na receita é principalmente justificada pela reversão dos impostos que aconteceu no segundo trimestre de 2018, onde houve a exclusão do ICMS da base de cálculo do PIS e Cofins.
A receita operacional líquida da Vivo cresceu em 0,4%. O valor foi positivo principalmente graças ao faturamento com serviços móveis e com a venda de celulares. O EBITDA (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) foi de R$ 3,7 bilhões, queda de 27,1% em relação ao ano anterior.
A Vivo fechou o trimestre com 73,7 milhões de acessos móveis, registrando queda de 2% em relação ao ano anterior. A receita líquida de serviço móvel foi de R$ 6,9 bilhões, com crescimento de 2,3% comparando ano a ano.
Houve retração de 17% na receita de voz, que a operadora justifica por conta da maturidade do serviço. Já a receita com serviços de dados cresceu em 5%, enquanto a venda de celulares e acessórios teve um substancial aumento de 32% em relação ao ano anterior.
A Vivo continua crescendo no pós-pago: ela aumentou sua base em 8,5% em relação ao ano anterior, adicionando 692 mil linhas nesse período. A base pós-paga — que também inclui o Vivo Controle — representa quase 57% de todas as linhas da operadora. Ela é líder em market share nesse segmento, com 40% do mercado em maio de 2019. No total, são 41,7 milhões de linhas em planos pós-pagos.
O pré-pago teve retração de 13%, com 32 milhões de linhas. O M2M, incluindo máquinas de cartão e dispositivos de Internet das Coisas, cresceu 28% para 9,2 milhões de acessos.
O ARPU (gasto médio por usuário) geral de serviços móveis foi de R$ 28,70, com crescimento de 2,1% em relação ao ano anterior devido aos recentes aumentos de preço. Isolando o pós-pago, o ticket médio foi de R$ 51,20 por linha, enquanto o pré-pago ficou com R$ 12,30. Nas linhas M2M, o gasto médio foi de R$ 2,90.
A operadora também registrou retração nos acessos fixos, com 8,5% a menos que no ano anterior. São 20,6 milhões de acessos. Todos os setores registraram queda nos acessos: banda larga fixa, TV por assinatura e voz. A receita líquida de serviços fixos caiu em 2,8%, atingindo R$ 3,8 bilhões.
A base de acessos de banda larga encolheu em 2,6%, sobretudo por conta da redução de clientes com tecnologia xDSL, que possui 5 milhões de acesso. Já a banda larga por fibra óptica cresceu em quase 38%, somando 2,1 milhões de acessos. O market share de banda larga foi de 23,3%, queda de 1,6 ponto percentual.
A receita líquida da banda larga teve um aumento de 12%, representando R$ 1,3 bilhão da receita líquida total. O saldo positivo foi impulsionado pelo crescimento da tecnologia FTTH (fibra óptica), cuja receita aumentou em 55% ano a ano. Já a banda larga por xDSL teve queda de 2% na receita, mas ainda é responsável por R$ 911 milhões da receita líquida de banda larga.
A receita com TV foi de R$ 466 milhões, registrando redução de 1,8%. O IPTV foi responsável por R$ 217 milhões (crescimento de 40,5%), ante R$ 249 milhões da tecnologia DTH (redução de 22%).
Nos acessos de TV por assinatura, a Vivo retraiu 9,5% ante o ano anterior, somando 1,4 milhão. O resultado é justificado pela decisão da operadora em cessar as vendas com tecnologia DTH, via satélite, e concentrar na expansão da tecnologia IPTV através de fibra óptica. São 648 mil acessos em IPTV e 812 mil acessos em DTH. O market share de TV por assinatura foi de 8,8%, queda de 0,2 ponto percentual.
Já o serviço de voz fixa teve redução de 17% na receita, totalizando R$ 1,3 bilhão. Houve queda de 12% nos acessos, totalizando 11,8 milhões de linhas. A migração do uso de voz para dados e substituição da telefonia fixa por móvel são os principais responsáveis pela queda nos indicadores. O market share de telefonia fixa foi de 33,2%, queda de 1 ponto percentual.
A receita de dados corporativos e serviços de TI cresceu em 3,8% em relação ao ano anterior, somando R$ 658 milhões.
O ARPU de banda larga teve aumento de R$ 13,20 e atingiu R$ 63,30. Também houve aumento de R$ 5,40 no ARPU de TV por assinatura, fechando em R$ 104,10. Já o ARPU de voz fixa se reduziu em R$ 8,80, atingindo o ticket de R$ 36,10.
No segundo trimestre, a Vivo lançou sua rede de fibra nas cidades de Apucarana (PR), Betim (MG), Caçapava (SP), Campo Mourão (PR), Fernandópolis (SP), Joinville (SC), Lins (SP), Maceió (AL), Mogi-Guaçu (SP), Pindamonhangaba (SP), Toledo (PR) e Uberaba (MG). No total são 142 municípios com presença de FTTH.
A operadora cita uma sobreposição seletiva da rede de fibra óptica nas regiões FTTC (rede da antiga GVT) de alto valor, como Curitiba, mas ainda existem muitas cidades da antiga GVT sem fibra — são 110 municípios apenas com FTTC.
O acordo entre TIM e Vivo para compartilhar a rede 2G e 4G é mencionado na apresentação aos investidores. A Telefônica destaca que o compartilhamento reduz custo em operação e manutenção de redes, e o valor economizado levaria investimento para expansão das redes 4,5G e FTTH.