O que é IPv6? Saiba para que serve e as diferenças para o protocolo IPv4

O protocolo IPv6 oferece endereços IP de forma quase ilimitada, de modo a garantir escalabilidade e expansão da internet

Igor Shimabukuro Victor Toledo
• Atualizado hoje às 17:51

IPv6 é a versão mais atual do Protocolo de Internet. Lançado oficialmente em 2012, ele foi desenvolvido para substituir o IPv4, já que oferece mais de 340 undecilhões de endereços e é capaz de resolver a escassez de endereços do protocolo anterior.

O protocolo IPv6 tem o mesmo propósito do IPv4: fornecer endereços IP a dispositivos para identificá-los na internet e habilitar conexão com a rede. Contudo, o IPv6 suporta mais endereços que o IPv4, além de permitir autoconfiguração em dispositivos com conectividade IPv6.

A seguir, entenda o que é IPv6, veja vantagens e desvantagens de seu uso, e confira diferenças do protocolo em relação ao IPv4.

O que é IPv6?

O IPv6 (ou Internet Protocol version 6) é a sexta e mais recente versão do Protocolo de Internet. Ele é responsável por fornecer endereços IP e identificar dispositivos na internet para envio e recebimento de dados, permitindo que computadores, smartphones e outros aparelhos se conectem à rede.

Como surgiu o IPv6?

O IPv6 passou a ser desenvolvido no fim de 1980 pelo Internet Engineering Task Force (IETF), responsável por criar padrões técnicos para a internet. O novo protocolo surgiu devido às limitações do IPv4, que possui cerca de 4,3 bilhões de endereços únicos, e é considerada insuficiente para o crescimento de dispositivos conectados.

A primeira publicação oficial que definiu o IPv6 ocorreu em 1995, por meio do RFC 1883. A ideia era que o IPv6 substituísse o IPv4, oferecendo mais de 340 undecilhões de endereços e garantindo poder de escalabilidade para a expansão da internet.

O lançamento oficial do IPv6, no entanto, aconteceu somente em 6 de junho de 2012, cuja data ficou conhecido como “World IPv6 Launch Day”. E vale destacar que a transição completa para o IPv6 ainda não foi concluída, e muitos sistemas e dispositivos continuam a usar endereços IPv4 até os dias atuais.

Para que serve o IPv6?

O IPv6, versão mais atual do Procotolo de Internet, serve para distribuir endereços IP a dispositivos conectados, identificando-os na internet. Com isso, o IPv6 garante que os dados cheguem aos destinos corretos, habilitando que os aparelhos possam se conectar à rede.

E além de expandir o número de endereços na internet devido ao crescimento de dispositivos conectados, o protocolo IPv6 também introduziu melhorias de segurança à rede, e uma configuração de internet mais facilitada e eficiente.

Como funciona o protocolo IPv6?

O funcionamento do IPv6 requer que o provedor de internet, o roteador e os dispositivos sejam compatíveis com o protocolo. Com esses requisitos atendidos, o IPv6 atribui endereços únicos a cada dispositivo conectado, permitindo que as informações cheguem corretamente ao destino.

O IPv6 pode configurar os endereços automaticamente via SLAAC (autoconfiguração) ou usar o protocolo DHCP para atribuir outras informações (como DNS). Uma vez que a configuração é concluída, os dispositivos são identificados na internet e podem enviar ou receber dados para navegar na rede.

Quais são as vantagens do IPv6?

O IPv6 apresenta vantagens de uso em relação ao IPv4. Dentre as vantagens da sexta versão do Protocolo de Internet, estão:

  • Endereçamento ampliado: o IPv6 oferece mais de 340 undecilhões de endereços IP, o que resolve o problema de escassez de endereços visto no IPv4;
  • Configuração simplificada: o protocolo conta com a autoconfiguração SLAAC, permitindo que dispositivos se configurem automaticamente;
  • Roteamento mais eficiente: a estrutura simplificada da rede elimina a necessidade do Network Address Translation (NAT), o que otimiza a eficiência do roteamento;
  • Mais segurança: o IPv6 conta com o Internet Protocol Security (IPSec) integrado por padrão para recursos de segurança e criptografia;
  • Suporte para IoT: o amplo espaço de endereçamento do IPv6 facilita a conexão de dispositivos IoT e a criação de ecossistemas inteligentes.

Quais são as desvantagens do IPv6?

O IPv6 é mais recente que o protocolo IPv4, mas pode apresentar desvantagens em relação ao seu antecessor. Os principais desafios de uso do IPv6 contemplam:

  • Legado do IPv4: a internet foi praticamente estruturada no protocolo IPv4, e a transição para o IPv6 ainda não foi concluída;
  • Problemas de compatibilidade: nem todas as redes ou dispositivos são compatíveis com o protocolo IPv6, especialmente tratando-se de aparelhos mais antigos;
  • Complexidade de implementação: o custo para a implementação de uma rede IPv6 e atualização de equipamentos pode ser alto, caso a infraestrutura atual não seja compatível com o protocolo.

Qual é a diferença entre IPv6 e IPv4?

O IPv6 difere-se do IPv4 em diversos aspectos, incluindo tamanho e formato de endereço, quantidade de endereçamentos IP, tipo de endereços suportados, cabeçalho e recursos de segurança. Confira na tabela abaixo as principais diferenças entre o IPv6 e o IPv4:

DescriçãoIPv6IPv4
Tamanho do endereçoEndereço IP de 128 bitsEndereço IP de 32 bits
Quantidade de endereçosMais de 2^128 endereçosCerca de 2^32 endereços
Formato do endereçoOito blocos de 16 bitsQuatro blocos de 8 bits
Tipos de endereçoUnicast, multicast e anycastUnicast, multicast e broadcast
CabeçalhoFixo em 40 bytesVariável entre 20 e 60 bytes
SegurançaIPSec é integradoIPSec é opcional
FragmentaçãoSomente no nó de origemPelos roteadores ou dispositivos finais
ConfiguraçãoSuporte à autoconfiguraçãoRequer configuração manual ou DHCP

É possível saber se já estou usando IPv6?

Sim, por meio de testes de rede. Em seu computador, abra o Prompt de Comando ou o Terminal, cole o comando abaixo, e tecle Enter.

ping 2001:4860:4860::8888

O endereço indicado é de um dos servidores de DNS públicos do Google configurados para IPv6. Logo, se você receber um retorno com dados ou tempo de resposta, significa que está usando IPv6. Em contrapartida, mensagens de erro vão indicar que a rede não está em IPv6.

Outra forma mais simples de fazer a verificação consiste em acessar a página ipv6.br pelo navegador de seu dispositivo. O quadro “Sua conectividade” então indicará se a conexão está usando IPv6 ou não com indicadores na cor verde ou vermelho, respectivamente.

Dá para usar IPv6 e IPv4 de forma simultânea?

Sim. A configuração dual stack permite que dispositivos se comuniquem com endereços IPv4 e IPv6, de maneira simultânea. Esse tipo de configuração é necessária porque ainda não houve uma transição completa para o IPv6, ou seja, ainda há serviços e dispositivos que utilizam endereços IPv4.

E vale destacar que a maioria das provedoras de internet já oferecem conexão dual stack para conexões Wi-Fi ou cabeadas. Esse modelo garante maior compatibilidade à infraestrutura existente, sem comprometer a navegação pelos usuários.

O IPv6 é necessário para a Internet das Coisas (IoT) funcionar?

O IPv6 não é obrigatório para o funcionamento da Internet das Coisas (IoT), mas é mais recomendado que o IPv4. Isso porque o IPv6 foi projetado para suportar o crescimento exponencial de dispositivos conectados, enquanto o IPv4 mostrou-se insuficiente para lidar com essa demanda.

Além disso, o IPv6 traz uma configuração simplificada para integração e escalabilidade de dispositivos IoT, e conta com mais soluções de segurança para proteger um ecossistema conectado, quando comparado ao IPv4.

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Igor Shimabukuro

Igor Shimabukuro

Redator

Igor Shimabukuro é jornalista graduado e pós-graduado em Mídias Digitais pela Universidade Metodista de São Paulo. Já fez de tudo um pouco na área de jornalismo, e passou por Olhar Digital e TecMasters antes de integrar o Tecnoblog. É apaixonado por videogames, Pokémon e futebol, brinca na guitarra, e não dispensa uma boa pescaria.

Victor Toledo

Victor Toledo

Analista de conteúdo

Victor Toledo é jornalista formado pela Unesp, pós-graduando em Business Intelligence e com ensino técnico em informática. Antes de entrar para o time do Tecnoblog, em 2021, escreveu sobre informática, eletrônicos e videogames no TechTudo (Editora Globo) e no Zoom. Atua na estratégia de conteúdo e SEO do Tecnoblog. É apaixonado por esportes e passa boa parte do tempo livre praticando futevôlei e assistindo todo e qualquer tipo de esporte na TV.