O que é IPv6? Saiba para que serve e as diferenças para o protocolo IPv4
O protocolo IPv6 oferece endereços IP de forma quase ilimitada, de modo a garantir escalabilidade e expansão da internet
O protocolo IPv6 oferece endereços IP de forma quase ilimitada, de modo a garantir escalabilidade e expansão da internet
IPv6 é a versão mais atual do Protocolo de Internet. Lançado oficialmente em 2012, ele foi desenvolvido para substituir o IPv4, já que oferece mais de 340 undecilhões de endereços e é capaz de resolver a escassez de endereços do protocolo anterior.
O protocolo IPv6 tem o mesmo propósito do IPv4: fornecer endereços IP a dispositivos para identificá-los na internet e habilitar conexão com a rede. Contudo, o IPv6 suporta mais endereços que o IPv4, além de permitir autoconfiguração em dispositivos com conectividade IPv6.
A seguir, entenda o que é IPv6, veja vantagens e desvantagens de seu uso, e confira diferenças do protocolo em relação ao IPv4.
O IPv6 (ou Internet Protocol version 6) é a sexta e mais recente versão do Protocolo de Internet. Ele é responsável por fornecer endereços IP e identificar dispositivos na internet para envio e recebimento de dados, permitindo que computadores, smartphones e outros aparelhos se conectem à rede.
O IPv6 passou a ser desenvolvido no fim de 1980 pelo Internet Engineering Task Force (IETF), responsável por criar padrões técnicos para a internet. O novo protocolo surgiu devido às limitações do IPv4, que possui cerca de 4,3 bilhões de endereços únicos, e é considerada insuficiente para o crescimento de dispositivos conectados.
A primeira publicação oficial que definiu o IPv6 ocorreu em 1995, por meio do RFC 1883. A ideia era que o IPv6 substituísse o IPv4, oferecendo mais de 340 undecilhões de endereços e garantindo poder de escalabilidade para a expansão da internet.
O lançamento oficial do IPv6, no entanto, aconteceu somente em 6 de junho de 2012, cuja data ficou conhecido como “World IPv6 Launch Day”. E vale destacar que a transição completa para o IPv6 ainda não foi concluída, e muitos sistemas e dispositivos continuam a usar endereços IPv4 até os dias atuais.
O IPv6, versão mais atual do Procotolo de Internet, serve para distribuir endereços IP a dispositivos conectados, identificando-os na internet. Com isso, o IPv6 garante que os dados cheguem aos destinos corretos, habilitando que os aparelhos possam se conectar à rede.
E além de expandir o número de endereços na internet devido ao crescimento de dispositivos conectados, o protocolo IPv6 também introduziu melhorias de segurança à rede, e uma configuração de internet mais facilitada e eficiente.
O funcionamento do IPv6 requer que o provedor de internet, o roteador e os dispositivos sejam compatíveis com o protocolo. Com esses requisitos atendidos, o IPv6 atribui endereços únicos a cada dispositivo conectado, permitindo que as informações cheguem corretamente ao destino.
O IPv6 pode configurar os endereços automaticamente via SLAAC (autoconfiguração) ou usar o protocolo DHCP para atribuir outras informações (como DNS). Uma vez que a configuração é concluída, os dispositivos são identificados na internet e podem enviar ou receber dados para navegar na rede.
O IPv6 apresenta vantagens de uso em relação ao IPv4. Dentre as vantagens da sexta versão do Protocolo de Internet, estão:
O IPv6 é mais recente que o protocolo IPv4, mas pode apresentar desvantagens em relação ao seu antecessor. Os principais desafios de uso do IPv6 contemplam:
O IPv6 difere-se do IPv4 em diversos aspectos, incluindo tamanho e formato de endereço, quantidade de endereçamentos IP, tipo de endereços suportados, cabeçalho e recursos de segurança. Confira na tabela abaixo as principais diferenças entre o IPv6 e o IPv4:
Descrição | IPv6 | IPv4 |
Tamanho do endereço | Endereço IP de 128 bits | Endereço IP de 32 bits |
Quantidade de endereços | Mais de 2^128 endereços | Cerca de 2^32 endereços |
Formato do endereço | Oito blocos de 16 bits | Quatro blocos de 8 bits |
Tipos de endereço | Unicast, multicast e anycast | Unicast, multicast e broadcast |
Cabeçalho | Fixo em 40 bytes | Variável entre 20 e 60 bytes |
Segurança | IPSec é integrado | IPSec é opcional |
Fragmentação | Somente no nó de origem | Pelos roteadores ou dispositivos finais |
Configuração | Suporte à autoconfiguração | Requer configuração manual ou DHCP |
Sim, por meio de testes de rede. Em seu computador, abra o Prompt de Comando ou o Terminal, cole o comando abaixo, e tecle Enter.
ping 2001:4860:4860::8888
O endereço indicado é de um dos servidores de DNS públicos do Google configurados para IPv6. Logo, se você receber um retorno com dados ou tempo de resposta, significa que está usando IPv6. Em contrapartida, mensagens de erro vão indicar que a rede não está em IPv6.
Outra forma mais simples de fazer a verificação consiste em acessar a página ipv6.br pelo navegador de seu dispositivo. O quadro “Sua conectividade” então indicará se a conexão está usando IPv6 ou não com indicadores na cor verde ou vermelho, respectivamente.
Sim. A configuração dual stack permite que dispositivos se comuniquem com endereços IPv4 e IPv6, de maneira simultânea. Esse tipo de configuração é necessária porque ainda não houve uma transição completa para o IPv6, ou seja, ainda há serviços e dispositivos que utilizam endereços IPv4.
E vale destacar que a maioria das provedoras de internet já oferecem conexão dual stack para conexões Wi-Fi ou cabeadas. Esse modelo garante maior compatibilidade à infraestrutura existente, sem comprometer a navegação pelos usuários.
O IPv6 não é obrigatório para o funcionamento da Internet das Coisas (IoT), mas é mais recomendado que o IPv4. Isso porque o IPv6 foi projetado para suportar o crescimento exponencial de dispositivos conectados, enquanto o IPv4 mostrou-se insuficiente para lidar com essa demanda.
Além disso, o IPv6 traz uma configuração simplificada para integração e escalabilidade de dispositivos IoT, e conta com mais soluções de segurança para proteger um ecossistema conectado, quando comparado ao IPv4.