Review Motorola Moto G50 5G: acessível com 5G, mas e os updates de Android?
Moto G50 5G é um dos celulares mais baratos com 5G e traz tela de 90Hz, bateria 5.000 mAh, mas só vai receber o Android 12
Moto G50 5G é um dos celulares mais baratos com 5G e traz tela de 90Hz, bateria 5.000 mAh, mas só vai receber o Android 12
Após Realme e Samsung levarem a tecnologia 5G para smartphones acessíveis em 2021, agora é a vez da Motorola, que apresenta ao mercado nacional o Moto G50 5G. Apesar do suporte à quinta geração das redes móveis, ele está longe de ser um aparelho potente como outros Moto G lançados ao longo deste ano. Mas o que a Motorola entrega? O dispositivo tem tela com taxa de 90 Hz, bateria de 5.000 mAh e três câmeras com a principal de 48 megapixels.
No Brasil ele vai concorrer com o Realme 8 5G e com o Galaxy A32 5G, sendo outros modelos acessíveis com a tecnologia. Durante alguns dias, o Moto G50 5G foi o meu celular principal e compartilho a minha análise do produto neste review.
O Tecnoblog é um veículo jornalístico independente que ajuda as pessoas a tomarem sua próxima decisão de compra desde 2005. Nossas análises não têm intenção publicitária, por isso ressaltam os pontos positivos e negativos de cada produto. Nenhuma empresa pagou, revisou ou teve acesso antecipado a este conteúdo.
O Moto G50 5G foi fornecido pela Motorola por empréstimo e será devolvido à empresa após os testes. Para mais informações, acesse tecnoblog.net/etica.
Sóbrio e sem muitos detalhes, a Motorola apostou num design direto ao ponto e optou por materiais simples. É uma característica comum entre os smartphones de entrada com 5G, até porque só essa tecnologia já encarece bastante o produto. Este Moto G tem uma traseira lisa em plástico que abriga o pequeno módulo das três câmeras e o logo da empresa, que não recebeu o sensor de impressões digitais; eles resolveram colocar o leitor na lateral direita.
Por falar em laterais, o celular tem espessura considerável, sobretudo nas extremidades. Mas não é só isso. Com uma bateria de 5.000 mAh, não dá para ignorar o peso de 206 gramas; não é lá um problema, mas com certeza essa abundância na construção vai chamar a sua atenção.
Em alguns quesitos, a Motorola segue conservadora: note que o Moto G50 5G é completo, entregando entrada para fones de ouvido e há até um botão dedicado para você acionar o Google Assistente. Quando eu disse que a marca “segue conservadora” não é só devido à entrada de fone, mas também é porque eles ainda enviam o acessório na caixa, enquanto Realme e Samsung resolveram remover.
A Motorola ainda economizou na tela, o que me fez voltar no tempo e ter aquele gostinho de estar avaliando um celular de 2018. E não é exagero: o Moto G50 5G tem bordas grossas, notch em forma de gota e um brilho que não é tão forte. Ele está equipado com um painel IPS LCD Max Vision de 6,5 polegadas com resolução HD+ (1600 × 720 pixels) e proporção 20:9. Como bônus, a marca entrega taxa de 90 Hz que deixa a navegação ainda mais fluida.
Tirando a taxa de atualização, o painel do celular não tem nada a mais para encantar devido à simplicidade. Além do brilho, que eu já comentei, os ângulos de visão são limitados e a definição não chega a ser precisa. Mas eu percebi que as cores são fortes e o preto consegue ser um tanto profundo e não tem aquele aspecto acinzentado. Como sempre ressalto, o público mais exigente vai reclamar, mas usuários básicos devem gostar da proposta aqui oferecida.
O alto-falante, localizado na parte inferior do telefone, não tem um desempenho satisfatório, como já esperávamos. Ao reproduzir uma música, é possível notar que o som fica abafado, com uma intensidade reduzida e pode soar estridente quando você eleva o volume. Fica aqui o meu conselho: aproveite o fone de ouvido enviado na caixa.
O Android 11 é o sistema operacional do Moto G50 5G. O software é o mesmo de outros aparelhos da marca, trazendo ícones redondos, widget circular com data e hora na tela principal, app Hello You e o Moto, que concentra os tradicionais recursos do Moto Ações, permitindo usar gestos para iniciar a câmera, acionar a lanterna, fazer captura de tela, dentre outras coisas.
O Android da Motorola não é meu preferido, mas tem os seus pontos positivos, uma vez que é um sistema popular, com características próprias, fácil de usar e a central de notificações é bem organizada e minimalista. Além do mais, o usuário tem total liberdade para modificar a interface, alterando ícones, fonte e layout da tela.
Quem acompanha a Motorola de perto sabe que a empresa largou mão das grandes atualizações do Android. E é claro que a fabricante não poupou o Moto G50 5G, dispositivo que está pronto para o verdadeiro 5G, mas só vai receber o Android 12. Detalhe: ainda não há data para isso acontecer. É só isso mesmo; tire suas conclusões.
Indo para a avaliação das câmeras, a Motorola fornece um conjunto modesto com performance que não chega a impressionar. É uma configuração de celular de entrada. A lente principal produz fotografias de 48 megapixels, há um sensor de profundidade de 2 megapixels e uma lente macro também de 2 megapixels de resolução. A frontal tem 13 megapixels, mas falaremos sobre ela adiante.
Começando pela principal, para ser um pouco mais técnico, eu notei que o software dá uma valorizada nas cores quentes. Áreas em vermelho, marrom, verde e azul ficam vibrantes, ao mesmo tempo que o preto sai ainda mais intenso e as sombras tendem a ficar muito realçadas. No restante, a Motorola tem a minha aprovação: a nitidez é boa, a exposição é muito bem controlada e os contrastes são excelentes.
O modo noite, também conhecido como Night Vision, é capaz de melhorar o registro em locais com baixa luminosidade, porém não faz milagres. A tecnologia deixa tudo saturado: a luz artificial fica quente, o céu passa a ficar azul e os cantos da imagem saem com bastante granulação. Ainda assim, não é um resultado horrível e, dependendo do ambiente, você vai extrair boas fotografias.
O sensor de profundidade, responsável pelo modo retrato, faz um bom trabalho quando analisamos a definição, saturação, exposição e brilho. O recorte é bem feito, mas pode acontecer de o software ignorar uma informação aqui e outra ali, principalmente quando há detalhes em excesso na cena. A menina dos olhos da Motorola, a lente macro, tem aquela performance sofrível que já estamos acostumados. Nestes registros (abaixo) em que tento capturar detalhes, o aparelho me entrega imagens recheadas de ruídos e sem definição.
A lente de selfie do Moto G50 5G tem qualidade similar à do Realme 8 5G, que eu testei recentemente aqui no Tecnoblog. Ambas produzem fotos com aspecto esmaecido: a claridade é intensa e eu, sinceramente, senti falta da saturação. Ao menos não há aquele efeito boneco de cera e o usuário consegue fazer ajustes sem estragar a imagem.
No hardware, este Motorola é alimentado pelo processador MediaTek Dimensity 700, um chip intermediário com suporte ao 5G. Ele ainda trabalha aliado a 4 GB de RAM e 128 GB de armazenamento interno, espaço suficiente para muitas pessoas, principalmente para usuários básicos. Eu já testei o Dimensity 700 em outros smartphones e gostei do seu desempenho com as principais tarefas do dia a dia. Trata-se de um processador que consegue executar vários apps sem problemas.
Eu consegui rodar aplicativos como Facebook, Twitter, Instagram, YouTube, Netflix e Chrome tranquilamente. No entanto, eu reparei que o app de câmera, durante a captura, vez ou outra apresentava travamentos e eu era obrigado a encerrar e abrir novamente para conseguir fazer a foto. Nos games, Asphalt 9, com os detalhes reduzidos, é desempenhado com alguns congelamentos, especialmente em cenas complexas. Mario Run roda no Moto G50 5G com desenvoltura, fluidez e não há entraves constantes.
Para quem precisa de muita bateria para o dia inteiro, eu posso adiantar que este aparelho tem uma autonomia interessante. Ele foi equipado com uma célula de 5.000 mAh que, segundo a empresa, pode durar mais de 48 horas.
Para testar eu consumi 2 horas de filme na Netflix, 1 hora no YouTube, 1 hora navegando no Instagram e terminei a avaliação com 15 minutos de Asphalt 9. A porcentagem saiu dos 100% e ficou em 58% após essas atividades. Um resultado excelente, ainda mais considerando que o brilho da tela estava no máximo. Na caixa há um carregador TurboPower de 20 watts, que fez a bateria sair dos 3% e chegar aos 100% em 2h34min. Não é lá um tempo rápido, mas está na média do mercado.
O grande diferencial do Moto G50 5G, como você bem deve imaginar, é a tecnologia 5G e o dispositivo está pronto tanto para o 5G DSS quanto para o 5G puro. Resta saber quando iremos conseguir usar esse último e se até lá você estará com o Moto G50 5G ainda em mãos. Dito isso, podemos concluir que comprar este aparelho apenas pela tecnologia de internet veloz ainda não é a melhor solução. Entretanto, é bom ver que os dispositivos mais acessíveis estão saindo da fábrica com esse diferencial tão cedo.
Custando R$ 1.799 à vista, em setembro de 2021, este é um dos smartphones 5G mais baratos do país. Mas para quem não liga para isso, o telefone pode fazer sentido para muitas pessoas, especialmente para você que busca um dispositivo básico para o cotidiano, com autonomia decente e desempenho satisfatório para o essencial. Ainda assim, vale monitorar os rivais, afinal o Realme 8 5G tem 8 GB de RAM e uma tela melhor; o Galaxy A32 5G fornece quatro câmeras e updates garantidos.
E já que falamos de updates, a meu ver, a estratégia da Motorola de ignorar as atualizações de Android não faz muito sentido. Seria muito vantajoso para o consumidor ter um aparelho pronto para o 5G com updates garantidos para os próximos anos. Apesar disso, ele tem os seus destaques e é um modelo que pode ser interessante para pessoas menos exigentes durante as promoções.