Review TV OLED LG B9: aposta acertada
TV OLED da LG surpreende pela qualidade de imagem, tem conectividade de sobra e capricha no webOS
TV OLED da LG surpreende pela qualidade de imagem, tem conectividade de sobra e capricha no webOS
Os televisores mais sofisticados da LG adotam a tecnologia OLED para oferecer preto perfeito e contraste infinito. O representante menos caro da linha é a B9. Nos tamanhos de 55 e 65 polegadas, ela promete tudo o que você espera de uma TV premium: além da imagem do OLED, a marca coreana trouxe um processador mais potente, um software mais completo e até alguns bônus, como as conexões HDMI 2.1.
A B9 tem integração com Google Assistente e Alexa, oferece espelhamento de tela com AirPlay e suporta as últimas tecnologias em sua tela 4K, incluindo Dolby Atmos e Dolby Vision. Mas ela cobra seu preço, com valores entre R$ 4,5 mil e R$ 9 mil no varejo. Será que ela vale tudo isso? Eu assisti a centenas de horas de conteúdos na B9 de 65 polegadas e conto minhas impressões nos próximos minutos.
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Nenhuma empresa, fabricante ou loja pagou ao Tecnoblog para produzir este conteúdo. Nossos reviews não são revisados nem aprovados por agentes externos. A B9 foi fornecida pela LG por doação. O produto será usado em conteúdos futuros e não será devolvido à empresa.
Assim como as outras TVs OLED da LG, a B9 surpreende pela espessura do painel, que chega a ser mais fino que um celular. É claro que a carcaça ocupa mais espaço na região onde ficam os alto-falantes e as conexões, mas o design não deixa de impressionar à primeira vista. A moldura também é muito fina, trazendo um aspecto minimalista e bastante agradável ao ambiente.
No Brasil, a B9 tem uma base formada por um arco prateado feito em plástico, diferente do resto do mundo, onde a LG optou por uma peça mais discreta, parecida com a utilizada na C9. Definitivamente não é um formato que me agrada: o grande defeito da base do modelo nacional é que ela ocupa muito espaço na estante ou no rack, o que dificulta instalar uma soundbar na frente da tela.
As conexões ficam concentradas do lado esquerdo e se destacam mesmo entre TVs do segmento premium. São quatro portas HDMI, todas no padrão 2.1, o mesmo adotado pelo PlayStation 5 e pelo Xbox Series X, que só devem ser lançados no final de 2020. Ainda é difícil encontrar televisores que tenham uma única porta HDMI 2.1, então é bacana ver que a LG não economizou ao equipar a B9 com quatro delas.
Também na traseira esquerda, a B9 inclui três portas USB 2.0, uma saída de áudio óptica, uma entrada de antena de TV digital e uma conexão Ethernet. Os testes foram realizados em uma rede Wi-Fi 802.11ac na frequência de 5 GHz, que não apresentou nenhuma instabilidade.
O controle remoto é o Smart Magic, conhecido por funcionar como um mouse para navegar pelas telas do sistema operacional webOS. Ele é cheio de botões, responde bem aos comandos e possui teclas dedicadas para o Amazon Prime Video e a Netflix. Usar um mouse no ar exige certa coordenação motora, mas torna a interação mais fácil depois da fase de aprendizagem.
Um ponto positivo do controle remoto, que continua sendo universal, é que a LG melhorou a compatibilidade com os decodificadores de TV por assinatura do Brasil. Na análise da B8, eu reclamei de ter que fazer gambiarras, testando códigos de diversas marcas, para que o controle remoto funcionasse com um set-top box da Vivo. Isso não aconteceu na B9: na primeira inicialização, a TV já tratou de reconhecer os equipamentos ligados nas portas HDMI e configurou tudo automaticamente.
A qualidade de imagem da B9 é o que você esperaria de uma boa TV OLED. O ângulo de visão é impressionante, o preto é absoluto e o brilho é forte, o que resulta em um contraste impecável. O alcance dinâmico garante uma excelente visualização mesmo em conteúdos mais desafiadores, como cenas muito escuras, cujos detalhes simplesmente desapareceriam em um modelo mais barato com tela LCD. A experiência também é ótima ao assistir a filmes e séries compatíveis com Dolby Vision.
A uniformidade do preto é obviamente perfeita, já que os pixels pretos são desligados. Também não notei defeitos na uniformidade do cinza. Em cenas com muito branco, a B9 visivelmente limita o brilho da imagem, tanto para proteger o painel quanto por questões de consumo de energia. Mas, como a transição é suave e o brilho continua forte, a visualização não é prejudicada e a TV dá conta de ambientes muito iluminados.
Para quem joga, a B9 também se mostrou uma boa opção, com baixo input lag. Nos meus testes, em 4K a 60 Hz no modo de jogo, a latência ficou em torno de 15 milissegundos. É um excelente resultado, ainda mais em comparação com outras TVs OLED, como a Sony A8F, que fica na casa dos 45 ms, o que quase inviabiliza certos tipos de games.
Como a B9 tem HDMI 2.1 nas quatro portas, ela pode suportar 4K a 120 Hz, mas esse recurso não foi testado porque ainda não havia equipamentos no mercado capazes de chegar a esse modo de tela no momento da publicação deste review. Em teoria, isso poderia reduzir ainda mais a latência da TV em dispositivos compatíveis.
Mas não tem como ignorar o elefante no meio da sala: o burn-in. O OLED é formado por compostos orgânicos que se desgastam com o uso, o que pode causar marcas permanentes na tela em regiões com imagens estáticas, como o logotipo da emissora de TV, por exemplo. Esse problema é virtualmente inexistente no LCD, mas é um ponto de preocupação no OLED, assim como era nas TVs de plasma.
A B9 tem uma série de proteções para evitar que isso aconteça em um ambiente doméstico, fazendo ciclos de limpeza periódicos nos pixels quando está desligada. O próprio software é preparado para reduzir o desgaste: a TV ativa uma proteção de tela quando uma imagem fica parada por muito tempo e diminui o brilho em áreas estáticas.
Nas cinco semanas de teste, não notei nem problemas com retenção temporária de imagem, mesmo após dez horas com a TV ligada em um canal de notícias. Ainda assim, só é possível ter certeza de como o painel se comporta no longo prazo, o que é inviável em um review padrão (até porque a análise só seria publicada quando o próximo modelo fosse lançado).
Eu prometo voltar daqui a um ano para mostrar como a TV envelheceu. Para os que já possuem uma TV OLED há um bom tempo, os comentários estão abertos para vocês contarem suas experiências.
Para um som integrado de TV, a B9 tem qualidade acima da média. Isso não é exatamente um elogio, dado o nível baixo dos televisores atuais, mas já pode dispensar a necessidade de uma soundbar para algumas pessoas. Os quatro alto-falantes em 2.2 canais têm potência total de 40 watts e de fato entregam isso na prática: o volume é alto, sendo suficiente para preencher mesmo salas de estar maiores.
No modo padrão, o som é claro, suficiente para entender bem os diálogos, mas sem exagerar em frequências muito altas que podem ser incômodas. Existe um recurso recurso batizado de Som IA, que promete melhorar o áudio com inteligência artificial. Ele funciona bem e se mostrou adaptativo, aumentando o detalhamento em programas de TV com muitas falas, mas sem tornar músicas brilhantes demais.
A B9 também arranha alguns graves, mas não chega nem perto dos sub-graves com os alto-falantes integrados. Ou seja, as explosões em filmes de ação e os bumbos de bateria nas músicas podem ser ouvidos, mas não tanto sentidos. Como a imagem é muito boa, a experiência se torna muito mais equilibrada com uma soundbar de qualidade (mas eu sigo aguardando por uma TV com som integrado realmente bom).
O sistema operacional da B9 é o webOS 4.5, com a mesma interface colorida e cheia de animações das outras TVs da LG. Não é a minha plataforma de Smart TV preferida: o Tizen, da Samsung, ainda consegue ser mais fluido e rápido para abrir aplicativos, além de contar com uma interface mais ágil e sóbria. De qualquer forma, o webOS acumula fãs e tem seus méritos por isso.
O leque de serviços de mídia é bastante completo, com Netflix e Amazon Prime Vídeo pré-instalados e acessíveis por meio dos atalhos do controle remoto. Os grandes nomes, como YouTube, HBO, Fox, Google Play, Apple TV+ e Spotify, também estão disponíveis. Chama a atenção o bom suporte às plataformas nacionais, como Globoplay, Globosat Play, Telecine Play, Claro Vídeo, Vivo Play e Looke.
A geração atual de televisores da LG também ganha pontos pelos recursos de casa conectada. O Google Assistente vem pré-instalado, e é possível encontrar a Alexa na loja de aplicativos. O botão do Amazon Prime Video no controle remoto, inclusive, se torna um atalho para a Alexa com um pressionamento longo. Usuários da Apple podem integrar a B9 ao HomeKit e espelhar a tela de um iPhone ou Mac por meio do AirPlay.
Mas os problemas ainda existem. Um comportamento muito irritante no webOS é que os serviços de mídia frequentemente recebem atualizações que impedem que o aplicativo seja aberto enquanto não estiver na nova versão. Sem contar as atualizações do software do controle remoto, que fazem a TV parar de aceitar comandos em momentos aleatórios. Isso quebra o fluxo e certamente não é a melhor experiência possível em uma TV.
Apesar de existirem arestas a serem aparadas, a plataforma da LG é uma espécie de canivete suíço. Se você quiser acessar um serviço, reproduzir um conteúdo ou usar um recurso novo, é quase certo que o webOS consegue fazer isso.
Vale, mas sempre com aquela ressalva.
A B9 é uma excelente TV. O ponto mais importante em um televisor é a qualidade de imagem — e a LG chega muito perto da perfeição na B9. É muito difícil encontrar defeitos mesmo para quem tem olhos treinados: o contraste é impecável, o brilho é forte e a gama de cores é ampla. Somando os recursos extras, como o HDMI 2.1, a tecnologia Dolby Vision e o bom processamento de imagem, é difícil encontrar um conjunto melhor que isso.
Por mais que outras fabricantes tenham feito avanços impressionantes no LCD, o OLED ainda está em outro nível. No Brasil, uma das TVs que mais chega perto é a Samsung QLED Q80R. O local dimming eficiente e o painel da Samsung conseguem oferecer um contraste excelente e um brilho até mais forte consumindo menos energia, mas a B9 fica um pequeno passo à frente e com um preço menor.
A LG também fez um bom trabalho em outros pontos, como o software, o design e o som que, apesar de não serem tão perfeitos quanto a imagem, estão dentro do que esperamos para uma TV do segmento premium. Além disso, por ser a OLED “básica” da LG, mas trazer todos os benefícios desse tipo de painel, o custo-benefício é ótimo para usuários mais exigentes que procuram a melhor imagem, mas não querem pagar mais caro só por causa de uma moldura de vidro ou um som fora de série.
A ressalva é a mesma de sempre: não tem como falar de OLED sem falar de burn-in. É um esquema parecido com as antigas TVs de plasma: quem se arriscava a comprar uma tela que teoricamente se desgastava com o tempo acabava tendo uma imagem muito melhor do que quem optava pelo caminho mais seguro, que era comprar um modelo LCD. É como escolher entre ações e renda fixa.
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