Fatos marcantes de banda larga e telefonia em 2012
2012 foi um ano especial para a área de telefonia e banda larga no Brasil. Foram fatos demais que se concentraram em apenas um ano, tendo em vista que telecom é um setor cheio de burocracias das próprias operadoras e de órgãos reguladores. Acompanhe nesse capítulo da retrospectiva 2012 os principais fatos que marcaram o ano da telecom no Brasil.
Wi-Fi, meu querido, seja bem-vindo!
Posso falar, sem sombra de dúvidas, que serviços de rede Wi-Fi foi o que mais cresceu no Brasil. Tudo bem que apenas a TIM e a Oi contribuíram para esse crescimento, mas afirmo que nesse aspecto as duas operadoras estão fazendo direitinho o dever e casa.
Desde que a Oi comprou a Vex, a operadora não parou de expandir sua rede. E foi muito fácil crescer porque a operadora firmou contrato com a Fon, de forma que os clientes Velox com novos modems compartilham sua própria conexão. A operadora conta hoje com mais de 17 mil hotspots espalhados por todo o Brasil, mas vale lembrar que essa rede volumosa dificilmente se expandirá em São Paulo, tendo em vista que a Oi não tem rede fixa por lá.
A TIM, por outro lado, prefere cobrir áreas grandes, e o restante dos hotspots ficam por conta de parcerias: a operadora fechou um contrato com a Linktel, que oferece acesso gratuito para clientes pós e pré-pagos. Uma bela maneira de desafogar as redes de dados 2G e 3G, que se congestionam com muita facilidade.
Já outras operadoras, bem… o serviço está bem cru e tem tudo para continuar assim. Veja mais detalhes nesse artigo especial sobre Wi-Fi.
As broncas da Anatel
A Anatel pegou pesado com as operadoras de telefonia móvel nesse ano. Em julho, a agência impediu a venda de novas linhas em determinadas regiões para a Claro, Oi e TIM. A TIM foi a mais prejudicada, sendo impedida de vender linhas em nada mais nada menos que 18 estados brasileiros mais o Distrito Federal. Todas as operadoras (incluindo a Vivo, que não foi proibida e operadoras menores, como CTBC e Sercomtel) precisaram apresentar planos de melhorias de serviço. As otimizações deveriam acontecer em todos os setores, desde o atendimento ao cliente até quedas em ligações.
Para o bem da saúde dos brasileiros (ou dos bolsos das fabricantes e operadoras), a Anatel também decidiu que vai impedir o funcionamento de celulares piratas. O que a princípio impediria o funcionamento de celulares de camelôs, vai impedir que qualquer dispositivo não-homologado pela agência, incluindo aparelhos comprados no exterior que nunca chegaram aqui não irão funcionar.
E as broncas não acabaram não: a tia Ana produziu um relatório no qual conclui que as ligações do plano Infinity da TIM caíam com mais frequência do que outros planos. O Infinity é um plano que cobra por chamada, e não por minuto, e, com a suspeita de ligações derrubadas de propósito, a operadora estaria sendo desonesta com os consumidores.
Afim de resolver esse problema, a agência definiu que ligações sucessivas serão consideradas como uma única ligação. Dessa forma, clientes de planos que cobram o valor da chamada não serão prejudicados com quedas de ligações, mesmo que a bateria do celular tenha acabado ou você tenha desligado a ligação de propósito.
Além disso, o presidente da agência João Rezende afirmou que as operadoras deveriam extinguir as palavras “ilimitado” e “infinito” de seus vocabulários. E deveriam mesmo: nos regulamentos desses planos está claro que existem sim limites de uso. É aquele típico caso do “tem, mas acabou”.
Primeiros passos do 4G
Em junho desse ano ocorreu o leilão das frequências de operação para serviços de quarta geração. A frequência de 2,5 GHz, compatível com a banda 7 do LTE foi a escolhida para operar no Brasil. Claro e Vivo compraram os lotes de maior espectro, com 20 + 20 MHz, e TIM e Oi levaram os lotes de 10 + 10 MHz. Na prática, Claro e Vivo podem pendurar mais clientes, mas o espectro em LTE é milagroso, fato é que grandes operadoras estrangeiras conseguem sobreviver muito bem com 5 MHz.
Oi, Vivo e Claro começaram os testes cedo. O Tecnoblog testou o 4G das três operadoras: o da Claro, em Campos do Jordão, e o da Oi e Vivo, durante a Futurecom, no Rio de Janeiro. E sim, nada se sabe a respeito da TIM: eles dizem que estão testando e montando a rede LTE, e é só isso, sem mais detalhes.
No final das contas, a Claro foi a pioneira na tecnologia e lançou a primeira rede em LTE do Brasil no Recife (PE), além das cidades que a operadora já testava o LTE: Búzios (RJ), Campos do Jordão (SP) e Paraty (RJ). Confira o teste do LTE da Claro, enviado por um leitor para o Tecnoblog.
Enquanto isso, a Nextel fez o papel de retardatária e lançou sua rede 3G. A princípio, apenas para o estado de São Paulo, só para modems e na velocidade de 600 Kbps.
IPTV e fibra óptica tupiniquim
2012 também pode ser considerado o ano do IPTV no Brasil. Oi e Vivo lançaram seus serviços de TV por assinatura, que funcionam com a tecnologia Mediaroom, da Microsoft, através de uma rede de fibra óptica.
É uma rede totalmente nova e diferente de tudo que as operadoras já haviam lançado, com destaques para as altíssimas velocidades, que alcançam 200 Mbps. Entretanto, como todo início de operação de serviços, IPTV e banda ultralarga é algo quase inexistente: a cobertura inicial dos serviços deixam a desejar.
O que esperar de 2013?
2013 será outro ano repleto de novidades em telecom. A chegada do 4G nas cidade-sede da Copa das Confederações nos trará um novo patamar no serviço de internet móvel brasileira. A expansão da rede de fibra óptica da Oi e Vivo também irá trazer a banda larga e a TV por Assinatura para outro nível. Estou curioso para saber o que a Net, GVT e Sky andam aprontando para bater de frente com as promessas dessas duas operadoras.
Minha aposta é na redução de preços. Apesar de parecer surreal, o salto que a telecom brasileira deu em 2012 foi incrível, de forma que a ampla concorrência deverá favorecer isso, em todos os setores (TV, telefonia e internet). Estamos em um patamar que todas as operadoras são iguais, cada uma delas sem uma particularidade decisiva para conquistar algum cliente.
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