Os resumos dos vários termos de serviço que você aceitou sem ler

"Li e aceito os termos de uso": a maior mentira que a internet já conheceu

Paulo Higa
• Atualizado há 1 ano e 8 meses
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Uma mudança na política de privacidade do Spotify reacendeu a importância dos termos de serviço: quase ninguém lê o que está escrito antes de clicar no botão “Aceitar” para se cadastrar em alguma coisa porque… bem, a vida é muito curta para ficar estudando contratos antes de assiná-los. Mas existe um site que faz isso por você e te entrega um resumo dos termos dos principais serviços, tudo mastigadinho.

O Terms of Service; Didn’t Read é uma página que citei brevemente num episódio do Tecnocast (ouça no final do texto!) em que comentamos sobre backups e a questão da privacidade nos serviços de armazenamento na nuvem. O site destrincha os enormes termos de uso de cada serviço e aponta os pontos positivos e negativos, atribuindo uma nota para cada um deles (de A até E, do melhor para o pior).

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Por exemplo, o Google recebeu nota C. A empresa comunica mudanças nos termos com pelo menos 14 dias de antecedência, avisa quando um serviço será descontinuado e libera as versões antigas dos contratos para que você possa compará-los. No entanto, você também deve saber que o Google mantém registros do que você busca por tempo indeterminado, te rastreia em outros sites não ligados à empresa e pode compartilhar suas informações com outras companhias sem aviso prévio.

Li e aceito os termos de uso. Aham.

O YouTube, embora seja operado pelo Google, tem políticas mais complicadas: os termos podem ser alterados sem aviso prévio e os vídeos que você exclui não são necessariamente excluídos. É bom pensar duas vezes antes de fazer upload de arquivos que serão possivelmente constrangedores no futuro.

Outros pontos que você deveria saber:

  • O Facebook te rastreia em outros sites, compartilha seus dados automaticamente com outros serviços e usa suas informações de várias maneiras (uma delas é a mineração de dados, como lembrou o Mobilon na época da compra do WhatsApp);
  • A Microsoft pode se recusar a cumprir ordens judiciais e governamentais para editar, censurar ou remover conteúdos, e qualquer disputa deve ser resolvida nos Estados Unidos;
  • Mesmo que você exclua sua conta no Twitter, a rede social mantém os direitos sobre o que foi publicado. Os dados são deletados após 30 dias;
  • A Netflix pode expor suas informações, sem aviso prévio, para cumprir ordens judiciais, detectar atividades ilegais ou prevenir “problemas técnicos”;
  • O Spotify tem licença perpétua sobre todo o conteúdo que você gerar, e as alterações no preço da mensalidade podem entrar em vigor imediatamente;
  • Não há como excluir sua conta no Skype, Evernote, WordPress.com, OLX, bitly e outros serviços.

Você pode conferir um resumo dos pontos positivos e negativos dos principais serviços no tosdr.org. Mesmo que você continue usando os serviços, é importante ter uma noção dos seus direitos na internet e saber o que as empresas podem (ou não) fazer com suas informações.

O ToS;DR também possui uma extensão para Firefox, Chrome, Safari e Opera que mostra em tempo real informações sobre os termos de uso do site que você estiver acessando. Se não quiser gastar muito tempo lendo contratos gigantes e difíceis de entender, pelo menos dê uma olhada no resumo. 🙂

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Paulo Higa

Paulo Higa

Ex-editor executivo

Paulo Higa é jornalista com MBA em Gestão pela FGV e uma década de experiência na cobertura de tecnologia. No Tecnoblog, atuou como editor-executivo e head de operações entre 2012 e 2023. Viajou para mais de 10 países para acompanhar eventos da indústria e já publicou 400 reviews de celulares, TVs e computadores. Foi coapresentador do Tecnocast e usa a desculpa de ser maratonista para testar wearables que ainda nem chegaram ao Brasil.