Claro, TIM e Vivo respondem crítica de operadoras do Rio Grande do Sul
Cerca de 32 mil pessoas são atendidas por MVNOs em cidades gaúchas. Empresas menores cobram roaming em localidades com problemas de conectividade.
Cerca de 32 mil pessoas são atendidas por MVNOs em cidades gaúchas. Empresas menores cobram roaming em localidades com problemas de conectividade.
Uma polêmica se instalou no campo das telecomunicações em meio às enchentes no Rio Grande do Sul: as operadoras do tipo MVNO reclamaram de que as grandes teles não haviam liberado o roaming para elas. Diante das críticas, a Claro, a TIM e a Vivo disseram ao Tecnoblog que estão à disposição para abrir suas redes às empresas menores.
A declaração inicial em tom crítico às operadoras foi feita por Marcelo Duarte, diretor da Telecall, de acordo com matéria no site especializado Convergência Digital. Ele afirmou que as dez operadoras virtuais atendem 32 mil pessoas em cidades gaúchas. No entanto, este contingente estaria sem rede, já que as empresas estariam fora do roaming.
Não custa lembrar: desde o fim de semana passado, as três grandes teles estão com rede aberta entre si. Isso significa, por exemplo, que os clientes da Claro e da TIM podem se conectar às antenas da Vivo numa região em que somente esta última rede esteja disponível.
As grandes teles ressaltaram ao Tecnoblog que a solicitação de roaming sem custo precisa ser feita de forma oficial e que a empresa solicitante deve ter condições técnicas de trabalhar neste formato.
O transbordamento dos rios gaúchos levou a um esforço sobre-humano para a retomada da infraestrutura de internet. Técnicos de companhias grandes e pequenas estão em campo para reposicionar os equipamentos e retomar a conexão. De acordo com a Associação Brasileira de Provedores de Internet e Telecomunicações (Abrint), um terço dos clientes de provedores de pequeno porte permaneciam sem banda larga fixa.
Por sua vez, a Claro, a TIM e a Vivo liberaram pacotes gratuitos de internet móvel, movimento que deve beneficiar em especial os clientes do pré-pago. A medida vale inclusive para consumidores sem créditos.
Já a Agência Nacional de Telecomunicações acompanha a situação de perto e divulga boletins diários. O mais recente, concluído nesta sexta-feira (dia 10/05) às 19h, indica que três cidades permanecem completamente sem rede móvel: Ivorá, Tabaí e Tunas. Outras 150 estão com serviço parcial de telefonia.
Enquanto isso, emerge a dúvida sobre o motivo pelo qual o Brasil não utiliza um sistema mais moderno, robusto e eficiente de alertas de emergência. Conforme contamos ontem no Tecnoblog, um projeto com tecnologia similar à dos Estados Unidos e Japão foi concluído pela Anatel em dezembro de 2023. Ele transforma os smartphones em verdadeiras sirenes, que apitam mesmo quando estão em modo silencioso/não perturbe.
A ferramenta foi entregue ao Ministério da Integração e Desenvolvimento Regional (MIDR), que não realizou nenhum tipo de implementação nos cinco primeiros meses de 2024. A pasta nos informou que a liberação do chamado Cell Broadcast está em processo de finalização e que a tecnologia será testada em breve. O MIDR não divulgou nenhum cronograma.
Atualmente, a Defesa Civil oferece alertas por SMS: basta enviar o CEP de interesse para o número 40199. Este serviço é gratuito.
A situação do Rio Grande do Sul gerou mobilização em gigantes de tecnologia. O empresário Elon Musk prometeu doar mil terminais de internet via satélite da Starlink para as equipes de resgate. Ele não irá cobrar assinatura. A Vivo colocou 60 telefones satelitais à disposição das autoridades.
CEOs do porte de Tim Cook (Apple), Michael Dell (Dell Technologies) e Pat Gelsinger (Intel) prometeram ajuda, mas sem entrar em detalhes sobre valores ou esforços. Liderada pelo empresário Alexandre Ostrowiecki, a antiga Multilaser enviou perto de 50 mil produtos aos gaúchos, entre eles lanternas, itens de saúde e brinquedos infantis.
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