Correios Celular oferece plano de R$ 30 com WhatsApp grátis e não corta internet após franquia

Serviço será ofertado em 12 agências da região metropolitana de São Paulo na primeira fase

Felipe Ventura
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• Atualizado há 1 ano e 1 mês

A partir de hoje, os Correios se tornaram oficialmente uma empresa de telefonia. A operadora de celular está inicialmente oferecendo planos em 12 agências da cidade de São Paulo, e pretende se expandir para 164 agências da região metropolitana da capital paulista até o final de março.

O plano

O Correios Celular oferece um plano mensal de R$ 30 com franquia de 1 GB; após atingir o limite, você poderá continuar navegando com velocidade reduzida de 32 kb/s, assim como todas as operadoras faziam antigamente (e assim como a TIM faz em alguns planos). Acessos aos sites dos Correios, Correios Celular e Governo Federal não são descontados da franquia.

O plano conta com WhatsApp grátis, incluindo fotos, mensagens de texto, mensagens de voz e até mesmo chamadas de voz – normalmente as operadoras com pacote de WhatsApp cobram à parte as ligações pelo serviço. E você recebe 100 minutos de chamadas tradicionais por voz para qualquer operadora de celular e fixo em qualquer DDD.

A oferta é renovada mensalmente, desde que o cliente tenha pelo menos R$ 30 de saldo. Caso contrário, serão praticadas as tarifas avulsas, que são bem salgadas: R$ 1,00 por minuto em ligações locais, inclusive em roaming nacional; R$ 0,10 por megabyte de internet; e R$ 1,00 por SMS nacional. Chamadas de longa distância serão cobradas de acordo com a prestadora escolhida.

A operadora utiliza os serviços da EuTV, que atua com a marca Surf Telecom e detém uma faixa de 2,5 GHz na região metropolitana de São Paulo. Ela opera com as frequências da TIM, e tem contrato para utilizar sua estrutura e frequências de 2G, 3G e 4G. O faturamento e os acordos de interconexão são feitos com a EuTV, não com a TIM, e não há suporte para roaming internacional.

Diferenciais

Os Correios apontam como diferencial a ampla rede de atendimento, presente em todos os municípios do país; e “a confiança que os clientes depositam na marca”. É sério: segundo pesquisa IBOPE encomendada pela FecomercioSP, o índice de confiança nos Correios na cidade de São Paulo é de 80%, em segundo lugar de uma lista de 25 instituições e órgãos públicos.

Além disso, os Correios afirmam ter a primeira operadora de celular a seguir uma regra de transparência da Anatel: o usuário recebe uma notificação após cada ligação informando quanto tempo a chamada durou, quanto há de saldo disponível e a validade dos créditos.

Como contratar

Na primeira fase, será possível adquirir o serviço nas agências do Brás, República, Vila Leopoldina, Guaianazes, Itaquera, Mooca, Nossa Senhora da Saúde, Osasco, Penha de França, Santana, Silva Bueno (Ipiranga) e Vila Prudente. Depois de ofertar o serviço na região metropolitana de São Paulo, o Correios Celular deve se expandir para Belo Horizonte e Brasília. A meta é alcançar 3.600 municípios em todos os estados até o final do ano.

Por enquanto, a operadora trabalhará apenas com um plano pré-pago. Em 2018, serão feitos estudos para verificar a viabilidade de uma oferta pós-paga. O Correios Celular também não venderá smartphones nas agências: a operadora chegou a negociar com as três maiores distribuidoras de celulares, mas não conseguiu bons acordos. Em cinco anos, a expectativa é atingir 300 milhões de reais em receita.

O projeto de transformar os Correios em uma operadora móvel – procurando seguir o exemplo de Itália e Portugal – existe há muito tempo. As discussões nesse sentido começaram em 2011; a estatal fechou um acordo com o Grupo Poste Italiane (os Correios da Itália) para formar uma joint venture em 2014 e oferecer o serviço móvel, o que não aconteceu; até que uma licitação aberta no ano passado foi enfim aprovada após problemas jurídicos.

Colaborou: Paulo Higa.

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Felipe Ventura

Felipe Ventura

Ex-editor

Felipe Ventura fez graduação em Economia pela FEA-USP, e trabalha com jornalismo desde 2009. No Tecnoblog, atuou entre 2017 e 2023 como editor de notícias, ajudando a cobrir os principais fatos de tecnologia. Sua paixão pela comunicação começou em um estágio na editora Axel Springer na Alemanha. Foi repórter e editor-assistente no Gizmodo Brasil.

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