Coleta de dados biométricos preocupa 60% dos brasileiros, segundo pesquisa

Apesar de perceber risco, usuários aceitam políticas de privacidade sem ler e registram poucas reclamações sobre dados pessoais

Giovanni Santa Rosa
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• Atualizado há 3 dias
Impressão digital e reconhecimento facial são citados por brasileiros como dados associados a risco (Imagem: Vitor Pádua / Tecnoblog)
Resumo
  • 60% dos usuários brasileiros estão “muito preocupados” ou “preocupados” com o fornecimento de dados biométricos.
  • O reconhecimento facial e a impressão digital geram maior apreensão, com 86% e 82% dos usuários preocupados, respectivamente.
  • Instituições financeiras, órgãos do governo e transporte público são vistos como os setores de maior risco no uso de biometria.
  • Os dados estão num estudo divulgado pelo Cetic.br.

Uma pesquisa realizada pelo Cetic.br descobriu que 60% dos usuários dizem ficar “muito preocupados” ou “preocupados” com o fornecimento de dados biométricos.

O trabalho também revelou que os usos de impressão digital e de reconhecimento facial são os que mais despertam medo nos brasileiros. Nestes casos, a proporção de usuários que responderam estar “preocupados” ou “muito preocupados” chega a 82% e 86%, respectivamente.

Representação de reconhecimento facial (Imagem: Gerd Altmann/Pixabay)
Instituições financeiras causam mais apreensão (Imagem: Gerd Altmann / Pixabay)

Os usuários brasileiros ficam apreensivos ao fornecer dados biométricos para instituições financeiras (73% de respostas “muito preocupados” ou “preocupados”), órgãos do governo (73%) e transporte público (71%).

Os dados constam na segunda edição do estudo “Privacidade e proteção de dados pessoais: perspectivas de indivíduos, empresas e organizações públicas no Brasil”, realizado pelo Cetic.br a partir de dados inéditos coletados por diversas pesquisas com indivíduos, empresas e organizações públicas.

Maioria tem medo de comprar pela internet

De modo geral, transações financeiras estão associadas a um risco maior, na percepção das pessoas, mesmo quando não envolvem digitais ou reconhecimento facial.

De acordo com a pesquisa, a atividade que mais causa medo é fazer compras online, seja por sites ou aplicativos, com 56% dos usuários dizendo ficar “preocupados” ou “muito preocupados”. Logo em seguida, vem acessar páginas e apps de bancos, com 49% indicando uma dessas duas respostas.

Usuários não leem políticas de privacidade

Apesar da preocupação com a proteção dos dados biométricos, 58% dos entrevistados disseram concordar com políticas de privacidade sempre ou quase sempre sem ler.

A proporção de entrevistados que busca fazer reclamações, solicitações ou denúncias realizadas a dados pessoais é pequena: apenas 24% disseram já ter feito isso.

Entre estes, só 35% foram diretamente à Autoridade Nacional de Proteção de Dados (ANPD). Os caminhos mais procurados são a própria empresa ou órgão público controlador (77%), sites de reclamação para consumidores (69%) e órgãos de defesa do consumidor (51%).

Com informações: Cetic.br

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Giovanni Santa Rosa

Giovanni Santa Rosa

Repórter

Giovanni Santa Rosa é formado em jornalismo pela ECA-USP e cobre ciência e tecnologia desde 2012. Foi editor-assistente do Gizmodo Brasil e escreveu para o UOL Tilt e para o Jornal da USP. Cobriu o Snapdragon Tech Summit, em Maui (EUA), o Fórum Internacional de Software Livre, em Porto Alegre (RS), e a Campus Party, em São Paulo (SP). Atualmente, é autor no Tecnoblog.

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